Brasília – Um dia depois de o Brasil perder o grau de investimento com o rebaixamento dado pela agência de classificação de risco norte-americana Standard & Poor’s, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi escalado pela presidente Dilma Rousseff para dar uma entrevista coletiva nessa quinta-feira. Levy sinalizou que o brasileiro terá que aceitar um “pouquinho mais de imposto” e que a população não deve ser “vítima de miopia” em relação ao aumento de tributos. “Se a gente tiver que pagar um pouquinho de imposto para o Brasil ser reconhecido no mundo inteiro como um país forte, tenho certeza que todo mundo vai querer isso”, disse o ministro, após reunião ministerial com a presidente, no Palácio do Planalto. Ele ressaltou que os brasileiros devem encarar eventuais aumentos de impostos para reequilibrar as contas públicas como um investimento para que a economia volte a crescer. “Você faz um pequeno investimento, admite pagar um pouco mais de imposto para que a economia não tenha tropeço.”
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Ele não deu sinalização de um comprometimento maior nesse sentido, e, adotou o discurso de que o governo “já cortou na carne”, sendo R$ 80 bilhões a menos do Orçamento aprovado neste ano e que já fez o máximo possível no de 2016.
Ao informar que o governo não conseguirá chegar sozinho aos 0,7% de superávit primário em 2016, o ministro destacou que isso só acontecerá quando a sociedade entender a importância das contas fiscais em ordem. “A gente não deve ser vítima de uma miopia na questão dos impostos. A gente tem que ver porque a gente tem que fazer um esforço adicional. Tem que ser um país seguro para investidores, para trabalhadores, para as famílias, que nossa condição fiscal seja sólida”, afirmou. “A gente vai continuar explicando, conversando, evitando essa miopia. Fazendo as pessoas entenderem que, mesmo que você tenha que pagar um pouquinho mais, isso vai fazer o país ser mais forte, se recuperar e não ser olhado como um país fraco lá fora”, completou ele, lembrando que “a solidez fiscal é a base do crescimento”.
Bilhões
O ministro voltou a falar da “ponte fiscal” que deverá ser implementada por meio desse aumento de impostos e de uma redução de gastos do governo.
A reforma administrativa, prometida pela presidente para ser concluída até 30 de setembro, que inclui a redução de ministérios, poderá começar ainda hoje. Segundo informação de ministros que participaram da reunião de coordenação, a necessidade de apresentar um plano de ação efetivos de cortes fará com oque os anúncios sejam fatiados, sem a informação de um “pacotaço de cortes”. Originalmente, a ideia do Planalto era cortar 10 ministérios e, ao menos, mil cargos comissionados. (Colaborou Paulo de Tarso Lyra)
‘Tapa na cara’
“Brasil no lixo”.
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