A constatação de que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) não vai conseguir cobrir o rombo orçamentário apenas com cortes de gastos, sendo necessária, portanto, a criação de novos tributos, foi duramente questionada na manhã desta segunda-feira, 14, pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em evento na capital, ele disse que não há como falar em aumento de impostos quando as pessoas estão indignadas com o aumento da corrupção.
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Participaram da abertura do evento, na manhã desta segunda-feira, além de Gilmar Mendes, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, o deputado e presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), e o presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, entre outros. O seminário é promovido por OAB-SP, Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Instituto de Estudos Avançados da USP e TV Cultura.
Financiamento eleitoral
O ministro Gilmar Mendes disse que o problema da corrupção crescente no País não está vinculado às doações privadas para as campanhas eleitorais. "Corrupção não tem a ver com financiamento eleitoral, mas com método de governança."
O ministro criticou a crescente onda de corrupção no País que vem sendo desvendada pela Operação Lava-Jato. Segundo ele, a Lava-Jato deixou claro que se criou no País uma "forma corrupta em toda a sua extensão".
Em sua exposição, o ministro do STF comentou a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela OAB na Corte contra o financiamento privado de campanhas políticas. Ele disse que o pedido "engendra um laranjal", com doações ocultas sob pessoas físicas, por exemplo. "Esperam de nós proibir doações privadas para campanhas eleitorais. Dizer que o problema da corrupção está neste sistema, não parece que seja assim." E reiterou que, no seu entender, o problema do País é de governança..