O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse nesta segunda-feira, que a decisão do governo de retomar a cobrança da CPMF é "muito pouco que estamos pedindo à sociedade". Ele afirmou que o governo está "cortando na própria carne" e as medidas anunciadas "não são amargas". Guimarães disse ainda que a presidente Dilma Rousseff anunciará na próxima semana que ministérios serão cortados na reforma administrativa prometida em agosto.
"As medidas reequilibram sem tirar nenhum direito e apontam para a retomada da credibilidade do governo perante o País e os investidores internacionais. O governo cortou na sua própria carne ao reduzir despesas discricionárias", afirmou Guimarães.
Para o líder, o governo está equilibrando as receitas com as despesas. "Não são medidas amargas. São medidas razoáveis, consistentes e que precisam passar por um profundo diálogo com o Congresso, com a sociedade brasileira e com nossos investidores", disse Guimarães.
Apesar da reação adversa da oposição e até mesmo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Guimarães acha que é possível dialogar com os parlamentares, inclusive os oposicionistas, e aprovar as medidas até o final deste ano. "É muito pouco o que estamos pedindo para a sociedade, principalmente para aqueles que acumulam volumes altos de movimentações financeiras. É muito pouco", afirmou. "São medidas necessárias. Sem elas não tínhamos como sair", disse Guimarães.
"Espero contar com o apoio daqueles que criaram a CPMF no passado", afirmou o líder do governo, admitindo que a aprovação "é um longo e tenebroso caminho para a gente vencer".
Questionado sobre o condicionamento das emendas parlamentares a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Guimarães respondeu que essa pode ser uma maneira de liberar integralmente os recursos. "Quem sabe não é a saída para liberação de todas as emendas?".
A presidente Dilma reunirá líderes da base do governo às 9h nesta terça-feira.