São Paulo, 15 - O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou ser contra a proposta do governo federal de recriar a CPMF. "Já me manifestei contra a CPMF em outras vezes e novamente agora. Todas as vezes em que esteve em vigência, o dinheiro não foi para a saúde, mas para o superávit", disse.
Na segunda-feira, 14, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff apresentou a proposta de retomar a CPMF com uma alíquota de 0,20% destinados à União para ajudar a reduzir o déficit na Previdência Social. Ainda está em negociação um aumento da alíquota para contemplar, na divisão das receitas, Estados e municípios. Richa disse que é contra a medida mesmo que o Paraná venha a receber parte dos recursos. "Muito mais do que atender Estados e municípios, a ideia do governo é dividir o ônus político da criação de um imposto que ninguém quer", afirmou.
Richa disse que não conversou com outros governadores tucanos sobre o tema, mas afirmou que sua posição é semelhante à dos líderes tucanos. Ontem, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que não é aceitável a volta da CPMF. "Há medidas de redução de custeio, mas, infelizmente, maior esforço vem de impostos", afirmou o senador.
O governador paranaense também criticou a criação de impostos como saída fácil para os problemas. "Se for para criar impostos para resolver todos os problemas do governo, não sei aonde vai parar", disse.
Richa afirmou que o governo tem que dar exemplo e cortar na carne, e destacou os cortes que fez em seu Estado. "Cortei cinco secretarias e 1.000 cargos comissionados no Paraná", afirmou.
Ele reconheceu a gravidade do problema previdenciário, mas afirmou que, em sua gestão, enfrentou a questão fazendo uma reestruturação do sistema, mesmo a um alto custo político. A mudança no fundo ParanaPrevidência gerou insatisfação entre servidores, que fizeram protesto em frente à Assembleia Legislativa do Estado. O ato terminou em confronto com dezenas de feridos, num episódio que levou à abertura de investigação no Ministério Público Estadual. O episódio levou à saída dos secretários de Educação e de Segurança e do comando da Polícia Militar.