Brasília – No Congresso, o clima – até mesmo entre os aliados – é de dificuldade para aprovar as novas medidas propostas pelo governo, especialmente a recriação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para passar na Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do novo imposto precisa de pelo menos três quintos dos deputados em plenário em duas votações, o equivalente a 308 votos. O pacote inclui também outras medidas que dependem do Legislativo, como a vinculação das emendas parlamentares obrigatórias a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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Costa: aprovação da CPMF vai 'demandar um esforço muito grande' no CongressoCom proposta sobre CPMF, governo quis dividir ônus político, diz Beto RichaCPMF veio para poupar cortes em educação e saúde, por exemplo, diz PimentelContrário ao imposto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que não tem como o texto passar por falta de votos.
Ele criticou ainda a postura do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que atribuiu a perda do grau de investimento do Brasil à postura do Congresso em não aprovar medidas propostas desde o início do ano. “Acho um absurdo ele falar isso.
Oposição A oposição também vê dificuldades. “Qualquer proposta que venha na direção do aumento da carga tributária não passará aqui no parlamento”, disse o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PEB). De acordo com ele, o ajuste tem de ser feito dentro do governo, com a redução do tamanho da máquina pública. O líder da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), mostrou posição semelhante. “No momento de maior prestígio da administração do ex-presidente Lula, o Congresso retirou a CPMF. Não vai ser com uma presidente fragilizada e desacreditada que o Congresso vai entregar novamente esse tributo que gera um grande dano à sociedade brasileira”, disse Araújo, ressaltando que todos os outros projetos do pacote serão discutidos ponto a ponto.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), negou que o pacote trate de um aumento de tributos e disse que a volta da CPMF é transitória e com um valor mínimo, de 0,2% sobre o valor das transações financeiras.