A reunião entre governadores em Brasília para discutir a proposta do governo de retorno da CPMF, que inicialmente deveria contar com a presença de todos os partidos, não terá adesão de representantes de fora da base aliada. O encontro está previsto para ocorrer a partir das 12 horas na Câmara dos Deputados.
Uma posição deve ser divulgada até o final da próxima semana. No seu Estado, Paulo Câmara tem se posicionado contra o aumento da CPMF. O único representante do PSB presente no encontro é o governador em exercício de Sergipe, Belivaldo Chagas.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cumpre agenda em São José dos Campos e não comparecerá. Até as 12h30, não havia no plenário nenhum governador da oposição à espera do início da reunião.
A adesão da própria base aliada ao encontro pode ser reduzida. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), não está em Brasília. De acordo com sua assessoria, ele está centrado na solução dos problemas internos do Estado - o governo gaúcho tenta votar na Assembleia Legislativa um pacote de ajuste fiscal que inclui aumento de ICMS, mas encontra forte resistência da população.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), alegou problemas de agenda para não comparecer ao encontro. "Não irei. Agenda cheia no Maranhão", disse Dino por mensagem.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), participa de uma série de compromissos em Uberaba. De acordo com sua assessoria, a agenda inclui reunião com lideranças do Triângulo Mineiro e o lançamento do Fórum Regional de Governo no Triângulo Sul. Ele tem previsão de viajar a Brasília mais tarde, mas sem agenda definida.
Fontes consultadas pelo Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) afirmam que os governadores entendem a necessidade de gerar mais receitas não só para a União, mas para os Estados e municípios, mas são contrários à tentativa de criar impostos para "tapar buraco". A percepção é de que qualquer medida que eles apoiem tenha que vir acompanhada de ganho para o serviço público.
"As ações precisam ter ressonância popular", disse uma fonte. Em muitos Estados, governadores almejam uma reeleição e não querem que um possível apoio à CPMF repercuta em perda de força nas urnas.
Os governadores que vão participar da reunião começaram a chegar por das 12 horas e estão reunidos na sala do Conselho de Ética com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Estão presentes Waldez Góes (PDT-AP), Camilo Santana (PT-CE), Rui Costa (PT-BA), Renan Filho (PMDB-AL) e Marcelo Miranda (PMDB-TO).
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), acaba de chegar. Antes, ele teve uma reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
O governo federal apresentou uma proposta de retorno da CPMF de 0,20%. A presidente Dilma Rousseff espera que os governadores ajudem a pressionar o Congresso para aprovar o projeto e, de quebra, negociem o aumento da alíquota para 0,38%. Isso permitiria que Estados e municípios ficassem com uma fatia da arrecadação. Colaborou Elizabeth Lopes