O ministro de Ciências e Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo (PCdoB) afirmou nesta quarta-feira, que contrassenso seria o governo não fazer o ajuste econômico e fiscal ao ser perguntado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se não via como um contrassenso o corte de 30% no repasse de verbas ao Sistema "S", que investe em qualificação profissional e inovação.
"Em um momento de dificuldade, seria um contrassenso não fazer o ajuste. E quando se faz ajuste, se exige sacrifícios de todo mundo. Não há como excluir um setor deste ajuste", disse o ministro. O que o ajuste não pode fazer, ponderou Aldo Rebelo, é comprometer ou sacrificar a própria existência da atividade ou do setor econômico. "Ou seja, não pode implicar o fim desta atividade", disse.
Segundo Rebelo, seu colega, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, tem conversado com este setor. "Creio que chegaremos a um consenso sobre o nível de sacrifício que este setor pode fazer sem comprometer essencialmente sua atividade", afirmou o ministro da Ciência e Tecnologia.
Antes, na palestra que fez no 1º Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos, organizado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Rebelo deu ênfase à importância do Estado nos investimentos, pesquisas e inovação, porque o Brasil não tem grandes conglomerados para avançar na industrialização, como no primeiro mundo.
Questionado se, diante da redução de gastos públicos não ocorreria um hiato na competitividade, o ministro preferiu dizer que "o que estamos fazendo é manter os projetos já existentes e adiando alguns que estavam para ser iniciados, por não termos recursos para os novos".
Segundo ele, os projetos serão adiados em todas as áreas, como empréstimos e bolsas, por exemplo. "Vamos pagar todas as bolsas. Nenhum pesquisador que já tenha contratado com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) as bolsas para pesquisas vai deixar de receber os seus recursos", disse o ministro. Mas, de acordo com ele, as novas bolsas talvez não tenham o mesmo volume que teriam em situação de normalidade.
"Mas isso será coisa de um ano, no máximo, porque depois o País volta a recuperar o crescimento e, portanto, a ampliação nos investimentos na área de pesquisa e inovação. É para isso que estamos trabalhando", concluiu.