Brasília – Pouco mais de dois anos depois de ter iniciado os trâmites para a criação da Rede Sustentabilidade, finalmente a ex-senadora Marina Silva deve ter o partido oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo de registro da legenda está na pauta de amanhã da corte. Pela primeira vez, o julgamento será feito com a sigla tendo 500 mil assinaturas validadas pelo tribunal. O novo pedido para criação da Rede foi protocolado em 28 de maio, com 56,1 mil novas assinaturas coletadas durante dois mutirões no início do ano.
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REJEIÇÃO
Começava, em 2012, o périplo de Marina. Ela conseguiu angariar apoiadores e ideólogos, que se autointitularam de “sonháticos”, mas não teve sucesso na tarefa de recolher, em 2013, as 500 mil assinaturas necessárias para registrar o partido. Ela reclamou de perseguição política, mas o TSE não voltou atrás. Marina foi, então, convidada pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a filiar-se ao PSB e concorrer, ao lado dele, na disputa presidencial de 2014.
Recomeço
Após a queda do jatinho que levava Campos para um compromisso oficial em Santos, em agosto de 2014, que provocou a morte do candidato socialista, Marina se tornou candidata do PSB ao Planalto. Chegou a liderar a disputa, mas ficou fora do segundo turno mais uma vez.
Um novato na briga
Brasília – Executivos do mercado financeiro e profissionais liberais capitanearam a criação do 33º partido político brasileiro, oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. Com as bandeiras da redução do aparelho estatal, da aprovação do voto facultativo e da extinção do fundo partidário, o Partido Novo tenta colher filiados com o discurso de que entrará na política com o intuito de diminuir o poder dos políticos.
Os fundadores, segundo o site do partido, são administradores, engenheiros, estudantes, advogados, médicos, economistas, empresários, arquitetos e outros, de 10 estados do país. Para atingir os ideais de diminuição do Estado, o partido pretende agir de dentro dele, com uma gestão que se assemelharia à empresarial, explica Cláudio Barra, presidente do diretório do partido no Distrito Federal. “Queremos tirar da figura estatal e dos políticos as responsabilidades das pessoas. O candidato do Novo vai para lá com o intuito de diminuir o poder do político e devolver para o indivíduo. É como cortar a própria carne.”
Uma das principais sugestões do partido é a distribuição de vouchers, em que o Estado distribui uma espécie de vale a ser usado pela população para o acesso a serviços públicos. “Para uma pessoa humilde, é melhor ter um voucher para escolher a escola em que deseja matricular os seus filhos, ou colocar na que tem? Pensamos isso não só na educação.” Com diretórios em nove estados, avesso a coligações e ainda sem projetos setoriais definidos, o partido, que está em fase de filiação desde quarta, planeja lançar candidatos a vereador e prefeito nas eleições municipais de 2016.”
Assinaturas
De acordo com Barra, o Novo recolheu cerca de 1 milhão de assinaturas desde 2011, mas uma parte acabou invalidada, pois alguns eleitores estavam com os títulos suspensos ou assinaram de maneira diferente que no documento. No fim, foram validadas 492 mil, das 486 mil exigidas.