A presidente Dilma Rousseff deve encaminhar nesta segunda-feira, aos parlamentares a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que recria a antiga CPMF, contribuição que incide sobre a movimentação financeira. Apesar das resistências, o texto irá propor um novo tributo com alíquota de 0,20% e duração de quatro anos destinado à Previdência Social, conforme anunciado pela equipe econômica. A negociação de Dilma e dos ministros com o Congresso começará imediatamente: o governo precisa urgentemente dos R$ 32 bilhões que a CPMF despejará nos cofres federais ao longo de um ano.
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Oito anos depois de extinta, CPMF pode renascer sob as mesmas críticas do passadoLojistas de BH se mobilizam contra a volta da CPMFGoverno envia ao Congresso PEC da CPMF e publica medidas fiscais no Diário OficialDivergência faz Executivo adiar proposta de CPMFApoio para aprovar nova CPMF é impensável, diz AécioGovernadores discutem critérios de divisão do tributo nos estadosAlém disso, deputados e senadores podem modificar a proposta para reduzir o prazo de duração para dois ou três anos, de forma que a CPMF termine até 2018.
O governo vai iniciar as negociações com as lideranças do Congresso ainda nesta segunda-feira. A presidente sabe que o quadro não será fácil, diante do quórum elevado para aprovação de uma PEC - 308 votos na Câmara e 49 no Senado. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a dizer, na semana passada, ser "impossível" votar o retorno da CPMF ainda neste ano. Governadores do PSDB, como o de São Paulo, Geraldo Alckmin, também avisaram que não apoiam o retorno do tributo, criado em 1997, em caráter também temporário, para custear a Saúde, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A recriação da CPMF faz parte de um pacote de elevação de impostos e cortes em despesas destinado a cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões do Orçamento de 2016.
PIS
Outro item do pacote tributário que pode sair do Planalto em direção ao Congresso ainda nesta semana é a reforma do PIS, um tributo que incide sobre o faturamento das empresas. Este será o primeiro passo para a unificação e simplificação do PIS/Cofins, que, juntos, são considerados os impostos mais complexos do Brasil. O último passo para conclusão da medida do PIS era um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que deve ser concluído nesta segunda-feira.
Com isso, caberá ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, decidir o momento de enviar a proposta ao Congresso.
A simplificação do PIS deverá ser "neutra" do ponto de vista fiscal, isto é, sem aumento da carga tributária. O objetivo é eliminar o efeito "cascata" a partir de 2016..