A Justiça Federal no Paraná condenou nesta segunda-feira o ex-tesoureiro do PT, João Vacari Neto e o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque. Os dois foram considerados culpados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena de Vaccari é de 15 anos e 4 meses e a de Duque 20 anos e 8 meses. No caso do diretor de abastecimento - que recebeu a maior tempo de reclusão -, também houve condenação por associação criminosa.
Essa é a primeira condenação de Renato Duque e de João Vaccari, após terem sido presos em março deste ano, na 10ª fase da Operação Lava-Jato. Além dos dois, foram condenados na mesma ação, Adir Assad, Dário Teixeira Alves Júnior e Sônia Branco, todos por repasses de propina. Ainda integram as condenações divulgadas hoje os delatores Pedro Barusco, Augusto Mendonça, o doleiro Alberto Youssef, o lobista Júlio Camargo e o operador Mario Goes.
No caso de Duque e Vaccari, as penas podem aumentar, já que eles são réus em outras ações fruto dos desdobramentos das investigações na Lava-Jato.
O juiz federal Sérgio Moro afirma que Duque recebeu propina de R$ 36 milhões. "A prática dos crimes corrupção envolveu o recebimento de pelo menos R$ 36.346.200,00, US$ 956.045,00 e 765.802,00 euros à Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras (Consórcio Interpar, Consórcio CMMS, Consórcio Gasam e contrato do Gasoduto PilarIpojuca). Um único crime de corrupção envolveu pagamento de mais de vinte milhões em propinas", sentenciou Moro.
Sobre Vaccari, o magistrado afirmou. "A prática dos crimes corrupção envolveu o recebimento pelo Partido dos Trabalhadores, com intermediação do acusado, de pelo menos R$ 4.26 milhões de propinas acertadas com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras pelo contrato do Consórcio Interpar, o que representa um montante expressivo."
Absolvido
Já o ex-diretor de abastecimento da Pwetrobras, Paulo Roberto Costa, foi absolvido por falta de provas. Ele também é réu em outras ações.