Brasília – O governo começa mais um dia D para manter os vetos da pauta bomba do Congresso Nacional de hoje e que podem anular as medidas do novo ajuste fiscal, que prevê cortes de R$ 26 bilhões em gastos públicos. E as articulações para evitar aumento de R$ 127,8 bi nos gastos públicos até 2019 deverão ocorrer sob os olhos dos técnicos da Fitch Rating, que estarão em Brasília. Em agosto, a agência de classificação de risco rebaixou o país mas pode, a qualquer momento, seguir os mesmos passos da Standard & Poor’s e retirar o selo de bom pagador do Brasil.
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Governo articula com Câmara e Senado para tentar adiar votação de vetos presidenciaisGoverno estima em R$ 127,8 bi até 2019 impacto de eventual derrubada de vetosReajuste do Judiciário é incompatível com estabilidade fiscal, diz BarbosaPSDB vê com 'cautela' vetos que podem aumentar desequilíbrio fiscal, diz AécioApoio para aprovar nova CPMF é impensável, diz AécioCunha defende manutenção de veto do reajuste salarial do JudiciárioPela 11ª vez desde abril, Congresso tentará analisar vetos presidenciais Ajuste fiscal contribuirá para geração de emprego, diz Manoel DiasDilma Rousseff quer votar os vetos ainda nesta terça-feira Padilha diz que derrubar vetos é "inviabilizar o Estado" e não só gestão do PTPlanalto quer que Congresso protele análise de vetos da "pauta-bomba" prevista para hojeOntem, a presidente Dilma Rousseff teve uma agenda lotada com reuniões com representantes do governo e da base aliada enquanto negociava o corte ou a manutenção dos ministérios na reforma administrativa. Uma nova rodada deve se estender ao longo do dia de hoje até a abertura da sessão para avaliação dos 32 vetos no Congresso.
A dificuldade em conseguir um consenso na base aliada fez com que o governo partisse novamente para a estratégia de adiar a votação do Congresso. A sessão plenária para o início da análise dos vetos foi marcada para 19h.
Impasse
A presidente Dilma chamou o vice-presidente Michel Temer para uma conversa reservada na manhã de ontem, antes da reunião de sua coordenação política, para discutir a reforma administrativa, que deve ser anunciada pelo governo até amanhã. Dilma queria mostrar o mapa que deve cortar pelo menos 10 dos 39 ministérios e pedir a opinião de Temer. O vice aconselhou Dilma a não fazer a reforma ministerial agora para evitar desgaste e instabilidade no Congresso.
Sem base para impeachment
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou ontem que o impeachment da presidente Dilma Rousseff pode produzir insegurança jurídica no país.
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