O governo decidiu votar hoje os vetos da presidente Dilma Rousseff na sessão do Congresso Nacional marcada para a noite desta terça-feira. A intenção é sinalizar ao mercado que o governo está tomando medidas para controlar a economia. Um dos vetos mais polêmicos é do projeto que garante reajustes para os servidores do Judiciário. A presidente Dilma Rousseff ligou para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dizer que o melhor seria votar de uma vez os vetos. "Não dá para adiar eternamente. Tem que botar o diploma à prova", afirma o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).
O líder do PMDB da Câmara, Leonardo Picciani (RJ), informou que a presidente Dilma Rousseff pediu realização nesta terça, 22, à noite da sessão do Congresso que vai apreciar 32 vetos presidenciais. "Vai ser votado. Ela pediu", disse o peemedebista. Segundo Picciani, a disparada do dólar e o temor da reação dos mercados com a possível derrubada do veto ao reajuste do Judiciário fizeram com que a presidente tomasse a decisão. "A leitura é que é preciso resolver isso logo para acalmar os mercado", disse.
O peemedebista afirmou ainda que está confiante que o governo sairá vitorioso da sessão de hoje. "Vamos manter (o veto). A derrubada seria desastrosa", afirmou. A decisão de que a sessão aconteça inverte a tendência verificada na reunião com líderes da base aliada feita nessa segunda. A estratégia, alinhada até então com o Palácio do Planalto, era a de esvaziar a sessão de apreciação.
Nas contas feitas durante o encontro dessa segunda, parlamentares avaliaram que o governo só conseguiria entre 145 a 200 votos. Para derrubar qualquer um dos vetos da pauta, são necessários o voto de pelo menos 257 deputados e 41 senadores conjuntamente.
Desde ontem, o Palácio do Planalto deflagrou uma operação para adiar a sessão. O receio é de que a derrubada dos vetos possa custar, conforme dados do próprio governo, pelo menos R$ 127,8 bilhões até 2019, anulando o esforço para fechar as contas do governo neste e nos próximos anos.