Porto Alegre - O governo do Rio Grande do Sul fechou um acordo com o PDT nesta tarde de terça-feira para tentar viabilizar a aprovação do projeto que aumenta alíquotas do ICMS. A matéria está na pauta da Assembleia Legislativa e deve ser votada nesta noite. Para contar com os votos da bancada pedetista, o Palácio Piratini, que inicialmente propôs o aumento do imposto por tempo indeterminado, recuou e aceitou que a medida tenha validade apenas por três anos. Se for aprovada pelo Legislativo gaúcho, a proposta pode dar espaço a um efeito cascata e motivar iniciativas similares de outros governos estaduais que também enfrentam dificuldades financeiras.
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Votação de projeto que aumenta ICMS provoca tumulto em Porto AlegreGoverno do RS se mobiliza para aprovar aumento de ICMS no LegislativoAssembleia faz três sessões em um dia para agilizar votação do projeto que reajusta ICMS Com placar apertado, Assembleia do RS aprova propostas que aumentam ICMSAlém do PDT, o governo do RS também contará com os votos da bancada do PMDB, sigla do governador José Ivo Sartori. Já o PSB e o PSDB devem apoiar com a maioria dos seus deputados. O PP, que também compõe o bloco governista no Rio Grande do Sul, é o mais dividido - tanto que, na segunda-feira, Sartori exonerou os secretários Ernani Polo (Agricultura) e Pedro Westphalen (Transportes), ambos do PP, para que reassumissem temporariamente suas funções na Assembleia e, desta forma, pudessem ajudar o governo a conseguir maioria na votação desta terça-feira.
O PT, apesar de ser aliado do PMDB no plano nacional, faz oposição cerrada a Sartori e votará contra, assim como outras siglas como PTB e PC do B. Esta última, por sinal, conseguiu liminar do Tribunal de Justiça do Estado autorizando Junior Piaia, suplente da deputada Manuela d'Ávila, a tomar posse na cadeira deixada temporariamente pela comunista, que cumpre licença-maternidade desde agosto. Ele deverá reforçar o placar contrário à elevação das alíquotas de ICMS.
Para aprovação do projeto, é necessário ter maioria simples dos parlamentares presentes. A expectativa dos aliados é de que o texto passe com margem extremamente apertada. O voto de partidos que têm um único representante na Assembleia pode definir o resultado.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, esteve na Assembleia nesta tarde para manifestar apoio à proposta de aumento do ICMS. "Não dá para tratar doente terminal com aspirina", disse, argumentando que, se nada for feito, o Rio Grande do Sul e os municípios gaúchos continuarão com os mesmos problemas fiscais no ano que vem. Segundo ele, é preciso incrementar a arrecadação do Estado para garantir o pagamento de servidores e o atendimento da população - o Executivo vem atrasando repasses a áreas como saúde e educação. "O aumento de impostos é impopular, mas venho aqui tranquilamente defender esta medida impopular, porque ela é necessária", falou.
O projeto apresentado pelo governador Sartori PMDB prevê, entre outras mudanças, a alteração da alíquota básica de ICMS no RS de 17% para 18%. Levando em conta todos os desdobramentos da medida, a previsão é de uma arrecadação extra de cerca R$ 2,1 bilhões para o Estado a partir de 2016 - sem considerar a parcela destinada aos municípios. A proposta faz parte de um conjunto de medidas fiscais que vem sendo adotado pelo governo gaúcho na tentativa de combater a crise financeira estadual.
Nesta terça-feira, a Assembleia Legislativa também deverá apreciar o projeto que prevê o aumento do limite de saque de depósitos judiciais de 85% para 95%. O objetivo é dar fôlego ao cofre do Estado no curto e médio prazos, permitindo o pagamento dos salários dos servidores e o cumprimento de outras obrigações.
De manhã, a votação das medidas de ajuste fiscal provocou protestos no centro de Porto Alegre.