Brasília - O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que recebeu com "serenidade" a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso De Mello autorizou a abertura de inquérito contra ele por suposta prática do crime eleitoral de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Em nota, ele voltou a negar o recebimento de dinheiro de caixa 2 do dono da UTC, Ricardo Pessoa, durante a sua campanha ao governo de São Paulo em 2010.
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STF vai investigar ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e senador tucano Aloysio NunesMercadante permanece na Casa CivilEncontro entre Lula e Mercadante indica permanência do titular da Casa CivilMercadante deixa a Casa Civil e volta a comandar Ministério da EducaçãoNo texto, Mercadante afirma que se reuniu "uma única vez" com o empreiteiro e defendeu que os R$ 500 mil que recebeu em 2010 foram declarados em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.
O ministro se colocou "à inteira disposição das autoridades competentes para prestar os devidos esclarecimentos" e disse ter certeza que "todas as questões serão devidamente esclarecidas", pois confia na isenção tanto do Supremo quanto do Ministério Público.
Em sua delação premiada, Pessoa relatou uma reunião com Mercadante na qual foram acertadas doações políticas. De acordo com o empreiteiro, o ministro, então candidato ao governo paulista, presenciou um acerto para o repasse de R$ 250 mil em doação oficial à campanha e outros R$ 250 mil, dados em espécie, oriundos do caixa 2 da empreiteira.
Com base no depoimento do empreiteiro, Celso de Mello também autorizou a abertura de inquérito contra o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). O tucano também nega recebimento de dinheiro de caixa 2. "A investigação é bem-vinda para afastar qualquer dúvida quanto à correção da prestação de contas da minha campanha de 2010 que, aliás, já foram aprovadas pela Justiça Eleitoral", afirmou Aloysio Nunes por meio de nota à imprensa..