O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o impacto da oferta de ministérios no apoio da Casa à nova CPMF e negou que esteja influenciando na indicação de nomes para ocupar pastas, mesmo tendo aliados na lista de sugestões apresentada nesta quarta-feira, presidente Dilma Rousseff.
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Maioria do PSDB é contra CPMF, mas cautelosa com impeachment, diz Beto RichaDivergência faz Executivo adiar proposta de CPMFGoverno envia ao Congresso PEC da CPMF e publica medidas fiscais no Diário OficialCunha dava palavra final na Diretoria Internacional, diz ex-gerente da PetrobrasO presidente da Câmara rompeu oficialmente com o governo em julho, após ser acusado pelo lobista Júlio Camargo de ter pedido propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção da Petrobras. Cunha negou a acusação e se disse vítima de uma articulação do governo para incriminá-lo. O parlamentar defende que o PMDB deixe a base do governo.
O peemedebista disse que o fato de a bancada de seu partido ter aceitado indicar ministros por 42 votos a nove não significa que a legenda optará por permanecer no governo, decisão que deve ser tomada em novembro, no congresso do PMDB. "Partido é uma coisa muito maior que bancada", afirmou. "A bancada tem o seu direito.
Reforma ministerial
Apesar de ter na lista de indicados pelos deputados peemedebistas ao menos dois nomes próximos a ele para ocupar ministérios, Cunha negou interferência. "Toda a bancada é próxima a mim", afirmou. "Ali não tem um parlamentar contra mim, a não ser algum novo que, por uma conjunção qualquer, não possa ser favorável. A bancada é muito unida comigo", afirmou.
Na relação de sete nomes apresentados pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), à presidente Dilma Rousseff, na manhã desta quarta-feira, 23, há ao menos dois que são aliados próximos a Cunha. Um é o deputado Manoel Júnior (PB), que chegou a ser cotado para assumir a liderança do PMDB na Casa neste ano. O outro é o deputado Celso Pansera (RJ), apontado pelo doleiro Alberto Youssef, no âmbito da Operação Lava Jato, como "pau-mandado" do presidente da Câmara.
"Vai ficar sempre essa impressão de ser um nome ligado a mim, virou ministro e eu tenho alguma participação.