O ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobras e novo delator da Lava-Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou à Força Tarefa da operação ter ouvido que "quem dava a palavra final" em relação às indicações para a Diretoria Internacional da Petrobras era o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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Cunha diz que oferta de ministérios não muda posição sobre CPMFDilma indica a Cunha veto à doação eleitoral de empresasSuíça bloqueia conta que teria presidente da Câmara, Eduardo Cunha, como beneficiárioCunha diz que não é 'comentarista de delação', ao falar sobre nova acusação na Lava-JatoEx-gerente de Internacional da Petrobras admite propina em PasadenaCom isso, já são dois delatores da operação relacionando o presidente da Câmara à Diretoria Internacional da Petrobras, apontada como 'cota' do PMDB no esquema de loteamento político e pagamento de propinas para abastecer o caixa de partidos. O executivo e outro delator da Lava-Jato, Júlio Camargo, revelou ter sofrido pressão do parlamentar para pagar a ele propina de US$ 5 milhões referentes a dois contratos de navio-sonda da Petrobras com uma empresa representada por Camargo. O caso deu origem uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o parlamentar por corrupção e lavagem de dinheiro perante o Supremo Tribunal Federal.
Zelada substituiu Nestor Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras em 2008. Os dois ex-diretores são réus na Lava-Jato e já foram presos pela operação.
Eduardo Musa é réu na mesma ação em que Zelada também foi denunciado. Os dois e João Augusto Henriques são acusados de dividir a propina US$ 31 milhões da empresa chinesa TMT para beneficiar a sociedade americana Vantage Drilling ne afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobras.
Em sua delação, o ex-gerente da estatal afirmou que tomou conhecimento diretamente das propinas na Petrobras em 2006 e confirmou que João Augusto Henriques "era um lobista ligado ao PMDB que mantinha influência na área internacional e de engenharia da Petrobras, e possivelmente também na área de Exploração e Produção."
Ainda segundo Musa, o lobista mantinha influência não apenas no diretor da área Internacional, mas em outros executivos da Diretoria como Sócrates José, assistente de Zelada e até o gerente da área Internacional para a América Latina, José Carlos Amigo.
Os novos depoimentos reforçam as suspeitas do investigadores contra o operador do PMDB no esquema, preso nesta semana pela Lava Jato e cuja empresa Tren Empreendimentos recebeu pelo menos R$ 20,2 milhões de empresas do cartel que fatiava obras na Petrobras, pagando propinas a agentes públicos, partidos e políticos.
João Henriques é o segundo lobista do PMDB preso na Lava Jato. Em novembro de 2014, na Juízo Final, 7º desdobramento da operação, Fernando "Baiano" Soares foi detido preventivamente. Ele também decidiu colaborar com as investigações.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vem negando veementemente o envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Defesa:
A assessoria de imprensa do partido negou todas as acusações e disse que a sigla nunca autorizou quem quer que seja a ser intermediário do partido para arrecadar recursos..