Brasília - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou a modulação da decisão do Supremo que declarou inconstitucional o financiamento privado de campanhas políticas. Na prática, Mendes quer que o Tribunal defina a partir de quando a doação de empresas deve ser considerada uma afronta à Constituição. Para o ministro, é possível se fazer a modulação antes de outubro, um ano antes das eleições municipais de 2016. "Não dá é para ficar brincando de aprendiz de feiticeiro e descumprir a lei", afirmou Mendes, após fazer uma "visita de cortesia" ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta manhã.
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Gilmar Mendes disse que as críticas que fez ao PT não abalam a sua credibilidade no julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff. O partido informou no início desta semana que irá processar o ministro.
"Os senhores acompanham a minha trajetória há muitos anos.
Ministro do STF e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Mendes sugeriu ao PT na semana passada que "faça um combate à corrupção, varra a roubalheira que ele instalou no país".
Reajuste
Ao comentar a discussão em torno do veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste médio de 58% aos servidores do Judiciário, Gilmar Mendes disse que é preciso haver "espírito de cooperação". A medida pode gerar um impacto de R$ 36,2 bilhões aos cofres públicos até 2019, segundo contas do governo.
"Isso é um tema de grande responsabilidade do Executivo, do Judiciário e do Legislativo. Tem que haver um encaminhamento e compreensões recíprocas. Estamos vivendo um momento muito delicado e é preciso que haja esse espírito de cooperação", afirmou.
O veto estava na pauta da sessão do Congresso desta terça-feira, 22, à noite.