Brasília, 24 - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta quinta-feira, 24, que não se sente incomodado com as especulações sobre sua saída da pasta e que o cargo não é dele. "O cargo não é meu. Quem tem cargo é presidente, deputado e senador", afirmou Chioro após participar de reunião com integrantes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília.
Nas discussões em torno de um novo desenho da Esplanada, conduzidas pela presidente Dilma Rousseff, o PMDB da Câmara deve indicar um nome para ocupar o comando da Saúde, que detém um dos maiores orçamentos do governo. As negociações ocorrem em meio a ensaios realizados pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em iniciar um processo de impeachment contra a petista. Um dos nomes cotados para substituir Chioro é o do deputado Manuel Júnior (PMDB-PB), ligado a Cunha.
Questionado se sentia-se "rifado", Chioro respondeu: "Em hipótese alguma". Na reunião de hoje, porém, o ministro adotou um tom emotivo no início de sua fala e ressaltou parte de sua trajetória à frente da pasta. "Pode parecer palavra feita, chavão, mas não tenho palavras para poder definir o que significa na vida, na alma, no coração e acima de tudo nas lembranças, os momentos que a gente constrói na vida, o que significa a atitude que vocês acabaram de manifestar na minha chegada à sede da Opas hoje", afirmou o ministro, que foi recebido com aplausos.
"Quero fazer um enorme agradecimento. Não é momento de balanço, não é momento de nada.
DPVAT
O ministro revelou também que o governo concluiu a elaboração de uma proposta que prevê a reestruturação do uso do seguro de trânsito DPVAT. O projeto, que pode gerar receita de até R$ 4 bilhões, deve ser encaminhado para análise do Congresso nos próximos dias.
"Tem que passar no Congresso Nacional, mas é possível. Tem a proposta pronta no Ministério do Planejamento", afirmou Chioro. Na saída da reunião na sede da Opas, o ministro não quis dar detalhes da proposta.
O DPVAT é o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres, também conhecido como o "Seguro Obrigatório", pago anualmente. A contribuição, prevista em lei, é utilizada para indenizar vítimas de acidentes de trânsito causados por veículos motorizados que circulam por terra ou por asfalto..