Brasília, 24 - O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) saiu nesta quinta-feira, 24, em defesa da permanência dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Segundo ele, os três são figuras fundamentais para o governo atualmente e estão "trabalhando muito pelo País". "São grandes ministros. É imprescindível a participação deles nesse momento de ajuste e de retomada de crescimento", afirmou.
Guimarães disse desconhecer a reunião do líder do PT, Sibá Machado (AC), em que parte da bancada do partido teria defendido a saída dos ministros. "Como líder de governo acho que é um desserviço alguém chegar para a presidente e pedir cabeça desse ou daquele ministro", afirmou.
Sibá negou nesta quinta-feira que tenha pedido a cabeça dos ministros. "Nunca falei que tem um grupo que defende afastamento, o que existe, e sempre falei isso, é que existem integrantes do PT descontentes. Isso é verdade", afirmou.
Para Guimarães, entretanto, as críticas aos ministros "não pelos seus defeitos, mas pelas suas virtudes". "Até porque, o Cardozo e o Mercadante são pessoas honradas, que prestam grande serviço", disse.
O líder do governo reconheceu, porém, que a reforma ministerial pode causar insatisfações no partido.
Guimarães destacou que é fundamental nesse momento "todos darem crédito de confiança à presidente". "Ela está fazendo o melhor para nova governabilidade", disse. A presidente Dilma Rousseff está negociando com o PMDB e deve entregar até cinco pastas ao partido.
Dólar
Guimarães afirmou também que não vê problemas caso o governo decida usar as reservas internacionais para conter a alta do dólar. "Se necessário for, se a equipe econômica achar necessário, pode ser uma saída. Não vejo problema nenhum se esse tiver que ser o caminho, mas isso quem decide é a presidente Dilma", disse.
Hoje, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou sobre o uso dessa ferramenta. "As reservas são um seguro. Pode e deve ser utilizado", afirmou.
Guimarães reconheceu que a alta do dólar - que tem batido recordes nesta semana - é preocupante, mas destacou justamente que as reservas brasileiras asseguram que o País não vai quebrar e ainda criticou o comportamento do mercado financeiro.