Dirigentes partidários e parlamentares avaliam que a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal de proibir o financiamento empresarial de campanhas eleitorais deve favorecer políticos que disputam a reeleição, nomes já conhecidos do eleitorado e empresários que decidam disputar mandato eletivo.
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Dilma veta possibilidade de financiamento de empresas em campanhas eleitoraisProibição de financiamento privado criará 'aluguel de doador', diz CunhaOAB pede a Dilma que vete projeto de financiamento empresarial de campanhaApós veto, Temer defende liberar doação de empresas para campanhas eleitoraisPSDB e DEM rejeitam acelerar PEC do financiamento privado"Essa regra vai abrir espaço para que surjam versões tupiniquins do Donald Trump. Os candidatos que são empresários vão bater no peito para dizer que pagam a campanha com seus próprios recursos", disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria na Câmara e integrante da direção executiva do PSDB nacional.
Pré-candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA, Trump é um dos homens mais ricos dos Estados Unidos e tem uma fortuna declarada de US$ 10 bilhões.
Para o vereador Paulo Fiorilo, presidente do PT paulistano, as campanhas mais baratas e curtas beneficiarão os nomes que já são conhecidos. "As campanhas mudarão de perfil, já que serão mais curtas e baratas. Os nomes que têm projeção terão mais vantagem sobre os que precisam se tornar conhecidos", afirmou. Para ele, a nova regra afeta especialmente campanhas proporcionais.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) concorda com essa tese. "A nova regra inibirá a renovação das casas legislativas.
Preocupação
O deputado Baleia Rossi, presidente do PMDB paulista, prevê que os partidos voltarão para a época dos "3 S": "saliva, suor e sola de sapato".
O peemedebista se disse, porém, preocupado com um possível aumento do caixa 2 como consequência da nova regra. "Nossa preocupação é com o caixa 2. A fiscalização terá que aumentar muito", afirmou.
O senador José Agripino (RN), presidente do DEM, considera que a decisão do STF pode ser revogada. "Há uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do financiamento de pessoa jurídica. Do ponto de vista jurídico, o STF decidiu. Mas essa é uma matéria que será decidida pelo Congresso."
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