São Paulo, 29 - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 29, que dificilmente o Congresso Nacional irá aprovar a PEC da nova CPMF, considerada essencial pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para cobrir o rombo orçamentário e promover o equilíbrio fiscal. "Acho difícil o Congresso aprovar a CPMF, pois é difícil reunir 3/5 do Congresso neste momento de crise para aprovar uma PEC que aumenta impostos", disse o governador tucano, após participar do evento para a divulgação do ranking Empresas Mais, elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O evento contou com a participação de empresários e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Ao falar que não aposta na aprovação da recriação da CPMF - a medida já está no Congresso Nacional - Alckmin disse que o governo deveria ter optado por um caminho mais simples. Contudo, não disse qual alternativa seria melhor. A declaração do governador segue na mesma linha do que defende a direção do Partido dos Trabalhadores (PT). Na semana passada, o presidente do PT, Rui Falcão, também disse acreditar que aprovar uma PEC neste momento não seria o caminho mais adequado para conseguir o retorno da CPMF.
A avaliação corrente é que o governo Dilma deveria ter optado em enviar a medida da CPMF ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei complementar porque uma PEC precisa da aprovação de 3/5 dos parlamentares em dois turnos nas duas casas legislativas. Na Câmara, por exemplo, precisa da aprovação de, pelo menos, 308 deputados, e no Senado de, pelo menos, 49 senadores.
O governador de São Paulo, assim como alguns de seus correligionários, já havia se posicionado contra a recriação da CPMF. Contudo, caso a medida consiga passar pelo crivo dos parlamentares, com a alíquota de 0,38%, o secretário de Fazenda de São Paulo, Renato Villela, já informou, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), que o Estado vai brigar para que a distribuição do tributo com Estados e municípios atenda "critérios técnicos", como o volume de gasto com Previdência, por exemplo, o que garantiria a São Paulo receber uma parcela maior dos recursos.