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Estado de Minas

Moradores do Norte de Minas, revoltados com atrasos em obras prometidas, põem fogo em ponte

Grupo cobra do governo federal promessa de concluir a pavimentação da BR-367, que liga região ao Sul da Bahia


postado em 30/09/2015 06:00 / atualizado em 30/09/2015 07:51

(foto: Helio Amorim/Divulgacao )
(foto: Helio Amorim/Divulgacao )

Um grupo de pessoas ateou fogo numa ponte de madeira sobre o Rio Rubim, na BR-367, entre Almenara e Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, na manhã de ontem. O fato foi registrado em ocorrência da Polícia Militar, que não identificou os responsáveis. Mas, conforme testemunhas, o grupo envolvido na ação foi formado por moradores, cansados de esperar pela promessa do governo federal de construir novas pontes na região e de concluir a pavimentação da BR-367. A estrada liga a região ao Sul da Bahia. O fogo abalou a estrutura da construção, que acabou desabando. Com isso, os motoristas que usavam o trecho para encurtar o caminho até Porto Seguro vão ter que rodar 200 quilômetros a mais para chegar à praia. Eles terão de ir até Vitória da Conquista (BA), passando pela BR-251 (Montes Claros/Salinas) e pela BR-116 (Rio-Bahia).

Há anos, a população do Jequitinhonha espera pela obra no trecho de 121 quilômetros de terra, que  liga Minas Novas/Chapada do Norte/Berilo/Virgem da Lapa e Almenara/Jacinto/Salto da Divisa. O trecho foi incluído na terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas até hoje não saiu do papel.

Em série de reportagens publicada em abril, o Estado de Minas mostrou a revolta dos moradores diante das más condições da estrada e da precariedade das três pontes de madeira na BR-367. Laudo da Defesa Civil Estadual atestou o mau estado de conservação da construção sobre o Rio Rubim, de 25 metros de extensão, situada a 30 quilômetros de Almenara. O órgão pediu a interdição da ponte. Mesmo assim, ela continuou sendo usada pelos moradores.

Ontem de manhã, após a passagem de um ônibus, a ponte teve uma parte danificada. Por medida de segurança, policiais militares interditaram a construção temporariamente, impedindo a travessia de qualquer tipo de veículo, inclusive carros de passeio. Pouco depois, a PM recebeu uma ligação anônima, relatando que um grupo de populares ateou fogo no local.

Revolta

Nalva Reis, moradora de Almenara e uma das líderes da campanha pró-asfaltamento da BR-367, disse que, embora ninguém tenha assumido a responsabilidade pelo ocorrido, não existe dúvida de que foi um protesto de moradores da região. Ele disse que muito deles, revoltados com a precariedade do transporte na região, fazem ameaças de atear fogo nas pontes de madeira da BR-367. “Eu já denunciei essa disposição dos moradores em reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais”, disse Nalva Reis. Ela afirmou também que, apesar do clima de revolta na região diante do descaso do governo, sempre procurou orientar a população para evitar ações mais extremas nos protestos.

No último dia 25 de agosto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em licitação, contratou o projeto executivo das obras de pavimentação e de construção de novas pontes na BR-367 por R$ 1,088 milhão. Por outro lado, informou Nalva Reis, o Dnit também anunciou a contratação de uma empresa para a recuperar as pontes de madeira. “Como correu a notícia da contratação de uma firma para a reforma, as pessoas ficaram revoltadas, acreditando, que, apesar da elaboração do projeto executivo, as novas obras não saiam do papel.”


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