Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta quarta-feira em Brasília para que a presidente Dilma Rousseff apresente a ele o esboço da reforma ministerial que ainda está inconclusa. Para atender o PMDB, Dilma deve aceitar dar ao partido o sétimo ministério — ofereceu a Cultura, mas a legenda não demonstrou muito interesse na pasta, mas quer mais uma. E para dar andamento à reforma, Dilma demitiu por telefone o ministro da Saúde, o petista Arthur Chioro. A conversa, que ocorreu pela manhã, foi telegráfica. A presidente foi seca e apenas informou ao ministro que precisava do cargo.
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Para acalmar PMDB, Dilma sanciona reforma política sem atender demanda de KassabDilma veta financiamento privado de campanhaBarbosa pede ao Congresso que mantenha vetos da presidente DilmaEmpresário pediu ajuda de Dilma, sugerem e-mails obtidos pela PFDocumentos apontam que MP editada na gestão Lula foi 'comprada' por lobbyDilma cede a pressões do PMDB e começa reforma ministerial Lula pede ao PT que não atrapalhe reforma ministerial Cotado para assumir Ministério da Saúde é suspeito de assassinatoO PMDB continua sendo a principal dor de cabeça da presidente, embora a legenda sempre diga que não faz questão de cargos e tenha atuado pela redução do número de ministérios. Na cota peemedebista, são duas vagas para a Câmara: Manoel Júnior, da Paraíba, para a Saúde; e Celso Pansera, para uma pasta na área de infraestrutura (Portos ou Aviação Civil).
Outras duas pastas viriam na cota do vice-presidente Michel Temer: Eliseu Padilha (destino indefinido) e Henrique Alves (Turismo), e a sétima, por vontade da presidente Dilma: Kátia Abreu (Agricultura). Nessa negociação, em conversas com os peemedebistas, surgiu a possibilidade de o PT deixar o Ministério da Cultura para o PMDB. “Não queremos, a sinalização é Saúde mais uma pasta de infra. Não temos sequer nomes para indicar para a Cultura”, confirmou um deputado peemedebista, sem pruridos.
História repetida
Onze anos depois, a história se repete. Dilma copiou o modelo de Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como o antecessor despachou Cristovam Buarque do Ministério da Educação, a petista demitiu por telefone o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Não há ainda uma definição de que dia ele deixará a pasta.
Na avaliação de pessoas próximas a Chioro, a forma da demissão foi uma resposta às declarações recentes dele sobre a situação da Saúde. Em entrevista a um jornal paulista, publicada na segunda-feira, o ministro afirmou que quem assumir seu cargo enfrentará uma situação orçamentária difícil.