Brasília, 30 - O gerente de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, avaliou nesta quarta-feira, 30, que, apesar da pouca variação nos resultados finais da pesquisa de aprovação do governo realizada pelo Ibope sob encomenda da entidade, houve mudanças mais significativas em alguns extratos da população entrevistada. "A insatisfação da população continua e dificilmente as pessoas mudarão de ideia, a não ser que a economia exploda e melhore", resumiu
Ele destacou que, entre os entrevistados com idades entre 16 a 24 anos, a aprovação da maneira da presidente Dilma Rousseff de governar caiu de 11% em junho para 7% em setembro. Já entre os que têm 55 anos ou mais, a parcela dos que aprovam as ações de Dilma subiu de 20% para 24%. "O susto dos mais jovens com a crise é grande por não terem vivenciado outras crises anteriores. Além disso, a dificuldade de conseguir emprego gera mais insatisfação em uma parcela da população que geralmente é mais contestadora", analisou.
Fonseca citou também que a presidente continua sendo mais bem avaliada por pessoas que cursaram até a 4ª série e pior avaliada pelas pessoas que têm ensino superior. "Entre aqueles que cursaram apenas o ensino fundamental, a aprovação melhorou de 13% para 17% de junho para setembro, mas ainda está aquém dos 18% verificados em março".
Para a CNI, o fato de 52% dos que votaram em Dilma no segundo turno das eleições hoje considerarem o seu governo ruim ou péssimo mostra a decepção dos eleitores do PT com as ações tomadas pela presidente neste novo mandato. "A ficha caiu com a percepção maior da crise. Isso gera um desapontamento e as pessoas mudam de opinião", analisou.
O gerente de pesquisa lembrou que também houve queda de aprovação nos segundos mandatos dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, mas mostrou em um gráfico como a queda de Dilma é mais rápida. "Com FHC, a avaliação demorou a se recuperar devido à crise econômica no segundo mandato, mas com Lula a recuperação foi rápida também graças à economia. Resta saber como ocorrerá com Dilma, que depende do bom andamento das medidas de ajuste fiscal", concluiu.