Brasília, 30 - Em meio aos acertos finais da reforma ministerial, que pode culminar no fatiamento da Controladoria Geral da União (CGU), o ministro-chefe do órgão, Valdir Simão, teve concedida aposentadoria voluntária. A passagem de Simão para a "inatividade remunerada" foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 30. O ministro é ocupante do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal, do quadro permanente de pessoal do Ministério da Fazenda no Estado de São Paulo.
A aposentadoria dele ocorre em meio às indicações de que a presidente Dilma Rousseff deve tirar da CGU o status de ministério e dividir as funções do órgão para outras pastas. A CGU é responsável pelo combate à corrupção no Executivo.
A intenção do Palácio do Planalto em fatiar as funções da corregedoria deverá acarretar na saída de Simão do governo. Segundo integrantes da articulação política, Simão, em conversas nos últimos dias, disse que ao deixar o Executivo pretende ficar na aposentadoria.
A informação de que Dilma conta com um redesenho da estrutura da CGU foi passada a representantes de sindicatos de servidores do órgão por Simão, no início da noite de ontem. "O ministro confirmou que existe o estudo para um novo desenho da CGU, mas que ainda não foi batido o martelo pela presidente Dilma", afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle, Rudnei Marques, que participou da reunião.
Entre as possibilidades avaliadas nessa nova configuração da CGU, está a incorporação de parte das atividades de controle interno do Executivo pela Casa Civil, hoje comandada por Mercadante. Além disso, a Ouvidoria ficaria sob o comando do novo Ministério da Cidadania, ainda em negociação com aliados do governo, e a parte da Corregedoria ficaria com o Ministério da Justiça.