O Ministério Público de Minas Gerais entrou na Justiça com uma ação civil pública contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Ipatinga, no Vale do Aço, o vereador Werley Araújo, o Ley Trânsito (PSD). Na ação, o MP acusa o parlamentar de improbidade administrativa e ainda cobra os valores gastos em viagens que teriam sido realizadas por ele e outros vereadores para cidades turísticas do país. Para justificar o embarque para destinos paradisíacos, vereadores da Casa alegavam a participação em cursos. Assim, ganhavam diárias de viagem pagas com recursos públicos. O assunto foi denunciado com exclusividade em março pelo Estado de Minas. A reportagem foi usada pelo MP para embasar as investigações. Além de Ley do Trânsito, foram denunciados o Instituto Capacitar de Assessoria e Consultoria e o advogado Clésio Drumond, proprietário do instituto, acusados de forjar os cursos.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a postura do parlamentar fere os princípios da administração pública, já que em nenhuma das nove viagens realizadas por Werley existiu a intenção real de se formar. E mais: o vereador, segundo a ação, por ser o chefe da Câmara, agia sem fiscalização autorizando os próprios deslocamentos.
Na ação, o promotor Fábio Finotti, da 7ª promotoria de Justiça de Ipatinga, indaga sobre a necessidade desses deslocamentos. “É moral direcionar tamanha monta de recursos públicos quando existem tantos outros interesses mais caros à coletividade? Certamente, não”, afirma. Em outro trecho, Finotti destaca que não houve interesse real do parlamentar de se formar. “A intenção do demandado Werley, não só na viagem a Fortaleza, mas em todas as demais, realizadas em 2014, sempre foi de turistar à custa do contribuinte”.