Jornal Estado de Minas

Em Belo Horizonte

Nardes chega escoltado pela PM e volta a dizer que sofreu ameaças

 

O ministro Augusto Nardes, relator do processo que analisou as contas do governo federal em 2014, reprovadas nessa quarta-feira pelo Tribunal de Contas da União, voltou a dizer, nesta quinta-feira, que sofreu ameaças durante todo o período de relatório das contas da presidente Dilma. Ele está em Belo Horizonte e participa do Congresso Internacional de Controle de Política Públicas na tarde desta quinta-feira. Nardes chegou escoltado pela Polícia Militar e ao comentar as ameaças disse que foi um momento tenso: “Recebi muitas ameaças, e-mails, telefonemas, dizendo que queriam acabar comigo”. Durante palestra, Nardes se emocionou, dizendo que tentaram colocar sob suspeição o ministro e todo o corpo técnico do TCU para evitar a rejição das contas.

Nardes reforçou que espera mais transparência a partir do julgamento dessa quarta-feira, que considerou um momento histórico para o TCU: “Agora é esperar que haja transparência maior para a nação brasileira. Acho que o país já está vivendo hoje de certa forma uma expectativa de que isso não se repita mais. Foram R$ 106 bilhões gastos sem o Congresso tomar conhecimento, passando por cima do Congresso. Sem que as cidades que precisam de segurança, saúde e transporte digno tomassem conhecimento. É muito triste para a nação brasileira”.


Ainda sobre o julgamento das contas, Nardes disse que chegou a temer que fosse estabelecida uma mordaça no TCU, mas reforçou que graças à decisão do Supremo Tribunal Federal, por meio do ministro Luiz Fux, foi possível retomar a sessão. Indagado se há investigação em curso em relação às contas de 2015, ele disse que o Ministério Público está avaliando: "O procurador Júlio Marcelo está trabalhando nessa questão. Não sou o relator das contas de 2015, sou o relator das contas de 2014".

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