Jornal Estado de Minas

Aécio pede saída de advogado-geral da União


Brasília – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nessa quinta-feira (8) que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, perdeu as condições de continuar à frente da Advocacia-Geral da União (AGU) depois de ter atuado para pedir o afastamento do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes da relatoria e do julgamento da contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff. Além de manter o relator, o tribunal rejeitou por unanimidade as contas. “A AGU e seu titular devem assessorar a presidente para que ela não cometa ilegalidades. O advogado-geral virou o arauto da ilegalidade se expondo e, na verdade, constrangendo seus colegas da AGU. Vários se manifestaram sobre esse constrangimento. Ele se descredenciou para continuar à frente da importantíssima AGU”, afirmou Aécio.

Em entrevista nessa quinta-feira, o senador voltou a dizer que a presidente entregou os dedos, numa referência aos ministérios dados ao PMDB, e que já não governa mais o país. “Ela achava que, em contrapartida, teria aqui a subserviência de bancadas do Congresso Nacional. A grande maioria dos parlamentares está demonstrando que eles não se sujeitam a esse tipo de pressão.
Os parlamentares votarão em última instância, estejam certos disso, e fala aqui um ex-parlamentar, ex-líder, ex-presidente da Câmara dos Deputados, votarão em sintonia com os seus eleitores e com a sociedade brasileira”, disse.

Ele salientou que, se de fato houver um processo de impeachment, o PSDB votará favoravelmente ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. “O PSDB vai aguardar a manifestação do presidente da Câmara dos Deputados. Mas se o impeachment for colocado em votação, o PSDB se colocará favoravelmente àquilo que pensa não apenas os seus eleitores, mas mais de 60% da sociedade brasileira”, disse.

Em seminário organizado na Câmara pela oposição, nessa quinta-feira, para apontar “soluções para a crise”, Aécio disse que o país não tem mais espaço para quem “faz o diabo” para vencer as eleições. “Esse governo viveu com a sensação permanente de impunidade. ‘Pode-se fazer tudo, que nada acontece’”, disse Aécio. “Não sei as consequências das decisões dos tribunais, mas algo já aconteceu no Brasil. O Brasil não terá mais espaço para governantes que façam o diabo para vencer as eleições (...) e que usam de ilegalidades ou de ações criminosas para vencer as eleições”, afirmou o senador.
A declaração do tucano faz alusão a uma frase de Dilma em março de 2013, quando, em João Pessoa (PB), disse que “podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”..