Na primeira reunião com sua nova equipe ministerial, a presidente Dilma Rousseff cobrou a ação de ministros para barrar pedidos de impeachment no Congresso. Um dia após a rejeição do balanço de 2014 do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e depois de sofrer derrotas seguidas no Congresso, a presidente disse na quinta-feira, 8, aos ministros que é preciso unidade para virar o jogo.
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Dilma cobra fidelidade de ministros no CongressoOposição e base aliada se dividem na análise das contas do governo DilmaEmbate político para analisar contas de Dilma no Congresso promete ser acirradoPressão sobre governo Dilma não tem data para terminarGoverno dá como certo pedido de impeachment de DilmaPressionada, Dilma volta a se reunir com ministros para discutir crise Planalto vê cenário 'imprevisível' e tenta refazer basePara Cunha, fatos do primeiro mandato de Dilma não podem levar ao impeachmentA cobrança por fidelidade foi feita por Dilma no mesmo dia em que a oposição intensificou o movimento pelo afastamento da presidente, aproveitando a fragilidade do governo. "Se o pedido for colocado em votação, o PSDB se colocará favoravelmente àquilo que pensam seus eleitores", afirmou o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB. "Temos uma situação inédita e vamos analisá-la", comentou a ex-senadora Marina Silva, hoje à frente da Rede Sustentabilidade.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi pressionado ontem no plenário para acatar logo o requerimento apresentado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, pedindo o impeachment de Dilma.
Na terça-feira à noite, Wagner também procurou Cunha na residência oficial do peemedebista. Na conversa reservada, pediu a ele que não aceitasse os pedidos de impeachment. Wagner também afirmou que o governo queria dialogar com todas as alas do PMDB e que não tinha a intenção de privilegiar apenas o líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ). "Não temos a ilusão de trabalhar 100% com o PMDB e o diálogo com Cunha tem de continuar sempre", disse.
Desafeto do governo, Cunha enfrenta situação difícil depois que foram reveladas suas contas na Suíça e, irritado com a "ascensão" de Picciani, tem ajudado a derrotar o Palácio do Planalto.
Mesmo depois de entregar sete ministérios ao PMDB, o governo não conseguiu reunir número de deputados suficientes para manter os vetos presidenciais à chamada pauta-bomba, projetos que elevam os gastos públicos e põem em risco o ajuste fiscal. Tudo se somou à rejeição das contas no TCU e à abertura de uma ação para impugnar a chapa Dilma-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder nas eleições de 2014.
No encontro com os ministros, Dilma afirmou esperar reciprocidade dos partidos contemplados na reforma, pois todos devem dar votos ao governo no Congresso.
Articulador do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou que o governo tem pouco mais de 70 dias para aprovar dois projetos fundamentais para o ajuste fiscal: a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e a Desvinculação das Receitas da União (DRU). Berzoini argumentou que é preciso destravar as nomeações porque elas influenciam nas votações. Ficou acertado no encontro que Michel Temer, Berzoini e ministros do PMDB farão reuniões semanais com a bancada do partido na Câmara, hoje dividida.
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