Brasília - O Palácio do Planalto e a cúpula do PMDB do Senado começaram a articular nos bastidores uma operação para jogar o julgamento das contas do governo pelo Congresso para 2016. O argumento de senadores peemedebistas é usar o limite dos prazos regimentais para analisar o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) que recomendou a reprovação das contas da gestão Dilma Rousseff do ano passado. A intenção é tentar esfriar o ímpeto da oposição de levar adiante o impeachment da presidente.
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Dilma cobra fidelidade de ministros no CongressoOposição e base aliada se dividem na análise das contas do governo DilmaEmbate político para analisar contas de Dilma no Congresso promete ser acirradoPressão sobre governo Dilma não tem data para terminarPT e PSDB estão fora da relatoria para analisar contas do governo DilmaOs dois saíram do encontro com o discurso afinado e fizeram questão de frisar em entrevistas na quinta-feira, 8, a necessidade de respeito aos prazos regimentais na análise do processo.
"Todo julgamento, inclusive o julgamento político, se submete a regras e a prazos. Não há como fazer diferente", disse Renan, no início da tarde. "Esticadinha é uma expressão que não é nossa. Vamos seguir rigorosamente todos os prazos aqui", afirmou Rose, em coletiva no meio da tarde.
A comissão mista terá até 77 dias corridos para analisar o processo. O prazo só começa a contar assim que o parecer chegar formalmente ao colegiado depois de ser remetido por Renan.
Embora a presidente da CMO tenha dito ser possível votar o caso no colegiado este ano, antes do recesso parlamentar, peemedebistas envolvidos na operação já contabilizam que, na comissão, ele será apreciado em meados de fevereiro do ano que vem.
Na quinta-feira pela manhã, a presidente conversou por telefone com ao menos dois peemedebistas do Senado para avaliar a situação após a decisão do TCU. Ela se mostrou preocupada com o desdobramento no Congresso sobre o julgamento do parecer do tribunal. "Tem que ter calma, tem tempo", respondeu um desses interlocutores.
A avaliação dos peemedebistas do Senado é que o governo errou na estratégia de confrontar o TCU, tentando retirar o relator das contas do processo, ministro Augusto Nardes, e acusando a Corte de ter feito um julgamento político. Mas avaliam ser possível reverter a decisão no Congresso, por considerar que não se pode rejeitar contas com base nas "pedaladas fiscais", ação praticada também por governos anteriores.
Aliados
Mesmo não envolvidos diretamente na operação com o PMDB, aliados do governo defendem a estratégia de alongar ao máximo a votação do processo. Afirmam ainda que Dilma, detentora da caneta capaz de fazer nomeações, ainda tem força no Congresso, apesar da baixa popularidade.
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