O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli afirmou, em depoimento à Justiça Federal, em Curitiba, nesta sexta-feira, que teve reuniões com o presidente de maior empreiteira do País, Marcelo Bahia Odebrecht, para discutir questões "estratégicas" sobre o mercado de Nafta - derivado do petróleo - e sobre a construção de navios-sonda.
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Odebrecht está preso desde o dia 19 de junho, em Curitiba, quando foi alvo da 14ª fase da Lava Jato (Operação Erga Omnes). "Discutimos tecnicamente o conceito geral, jamais sentamos para fazer contas, jamais sentamos para fazer números. Isso não compete nem ao presidente da Petrobras, nem ao presidente da Odebrecht."
Questionado pela procuradora da República Laura Tessler, da força-tarefa da Lava Jato, se ele estabelecia reuniões diretas e à sós com Odebrecht, o ex-presidente da Petrobras negou.
"Não fazia reuniões sozinho com ele, fazia reuniões com ele presente, sozinho com ele não", respondeu.
O ex-presidente disse que além do assuntos nafta, envolvendo o setor petroquímico - a Petrobras é sócia da Odebrecht na empresa Braskem, maior do ramo no Brasil -, tratou com o presidente do grupo sobre os contratos de navios-sonda. Para a Lava-Jato, esses contratos fechados em 2011 envolveram propina de 1%.
Arroubos
Questionado qual conceito ele faz do empreiteiro, Gabrielli disse que ele é uma "líder empresarial competente", mas que tem alguns "arroubos", diferente do pai, Emílio Odebrecht.
Gabrielli disse que conhece Odebrecht, teve reuniões, mas não é seu amigo. "Conheço Marcelo Odebrecht, não sou amigo dele, nunca fui amigo dele, até por diferença de idade, sou um pouco mais velho que ele. Mas tive vários encontros e reuniões com ele, geralmente reuniões profissionais e encontros em eventos da indústria."
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