Brasília - Preso desde o ano passado em Curitiba (PR), Fernando Soares, também conhecido como Fernando Baiano e acusado de ser um dos operadores do esquema de desvios na Petrobras, afirmou ao Ministério Público Federal ter feito pagamentos ao empresário Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia Mais
Delator confirma que Gabrielli mandou pagar agência com 'pendência' na PetrobrasEm conversa grampeada, almirante da Eletronuclear xinga delatorSuíça investiga novo delator da Lava-Jato e destino de propinasPreso na Lava-Jato, ex-vereador do PT é solto e vai pra casa de tornozeleiraFilho de Lula pede ao STF acesso à delação de Fernando BaianoDelator da Lava-Jato diz que nora de Lula recebeu R$ 2 mi no esquema de corrupção na PetrobrasDono da Exergia diz à CPI ser amigo de Lulinha, mas nega tráfico de influênciaPPS quer ouvir Lulinha na CPI da PetrobrasO repasse de recursos teria sido destinado ao pagamento de despesas pessoais de Lulinha, como o empresário é conhecido. Um profissional com acesso aos autos da Operação Lava-Jato confirmou ontem (11) ao Estado a citação ao filho do ex-presidente, porém não soube precisar os valores.
Defesa
O advogado Cristiano Zanin Martins, que representa o filho do ex-presidente Lula, negou as afirmações de Fernando Baiano. “O sr. Fábio Luís Lula da Silva jamais recebeu qualquer valor do delator mencionado”, afirmou. O Instituto Lula, mantido pelo ex-presidente, não comentou.
As afirmações de Fernando Baiano incluem também campanhas presidenciais do PT em 2006, quando Lula disputou a reeleição, e em 2010, ano da primeira candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto.
Ainda de acordo com O Globo, na mesma delação, Fernando Baiano teria admitido contato com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porém, sem fazer qualquer revelação mais comprometedora a respeito do presidente da Câmara. Fernando Baiano é apontado como lobista do PMDB no esquema de desvios da Petrobrás e alvo de investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato.
Fernando Baiano foi preso em novembro de 2014, na Operação Juízo Final, etapa da Lava-Jato que alcançou o braço empresarial do esquema de corrupção na Petrobrás. Em uma primeira ação, ele foi condenado a uma pena de 16 anos e um mês de prisão. Ele ainda responde a outros processos no âmbito da Lava-Jato.
).