São Paulo - A probabilidade de a presidente Dilma Rousseff sofrer um impeachment subiu para 50%, segundo a consultoria política Arko Advice. "Os acontecimentos da semana passada fortaleceram o movimento em favor do impeachment", escreveram os analistas da consultoria em relatório enviado a clientes.
"A rejeição das contas de 2014 pelo TCU expõe deputados e senadores a uma posição difícil: destruir de vez a Lei de Responsabilidade Fiscal ou rejeitar as contas de Dilma, dilema de um Congresso enfraquecido e sem liderança", afirmaram os analistas Murillo de Aragão, Cristiano Noronha, Carlos Bellini, José Negreiros e Marcos Queiroz, que assinam o relatório da Arko Advice.
De acordo com pesquisa da consultoria na Câmara dos Deputados, 51 deputados de 100 ouvidos no levantamento consideram que o debate do impeachment é provável ou muito provável nos próximos meses. "Nossas fontes informam que existem entre 240 e 290 deputados a favor da abertura do processo", dizem os analistas da Arko Advice. "O bastante para aprovar sua admissibilidade, mas insuficiente para autorizar a abertura do processo."
Os analistas da consultoria ressaltam que o aumento da possibilidade de o mandato de Dilma ser interrompido não significa que o governo tenha perdido condições de resistir e recuperar alguns pontos. "No entanto, os sinais captados no Planalto e no Congresso indicam que a qualidade da resistência é ruim", escreveram os analistas da consultoria.
"Por mais que o País tenha um compromisso com a institucionalidade e não esteja disposto a promover um impeachment 'à paraguaia', o risco de sua ocorrência é real. Dilma deverá conviver por algum tempo com o enfrentamento da questão."