São Paulo, 13 - Pouco mais de uma centena de pessoas ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) entoavam na noite desta terça-feira, 13, gritos de "Fora, Cunha" e de "Não vai ter golpe". A manifestação acontece no dia em que decisões liminares no Supremo Tribunal Federal (STF) impediram o rito para avaliação de processos de impeachment na Câmara dos Deputados, segundo havia definido o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os militantes participam de congresso da CUT, realizado na capital paulista. A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica falarão na abertura do evento, na noite desta terça. Lula fez uma palestra fechada a delegações internacionais que participam do congresso. Segundo fontes que ouviram a palestra, ele falou por cerca de meia hora e não tocou diretamente em temas polêmicos como impeachment ou falou no nome de Cunha.
Lula ouviu menções de apoio de sindicatos, em "defesa da democracia" e contra o golpe. Segundo o site do evento da CUT, Lula falou sobre crise no Brasil, argumentando que ela é mais política que econômica neste momento. "Não adianta terceirizar a política, precisamos de dirigentes para enfrentar a crise", teria dito. "O problema que vivemos hoje é mais político que econômico, já vivemos crise muito maior que essa. Um país que tem 200 milhões de habitantes precisa acreditar em si, no seu mercado interno."