O controverso presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o início de sua gestão tem causado polêmica com suas “pedaladas regimentais”, está mais uma vez no centro das atenções. Só que, de todo-poderoso, passou agora a alvo de um tiroteio que, além de minar sua força para decidir o destino da presidente Dilma Rousseff (PT), pode derrubá-lo do cargo. No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminares retirando dele a estratégia arquitetada para conduzir um eventual processo de impeachment, ele teve a cassação pedida por dois partidos no Legislativo.
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PT só vai se posicionar sobre Cunha após decisão do Conselho de Ética, diz FalcãoDefesa de Cunha pede ao STF acesso integral à delação premiada de lobistaRelator de representação contra Cunha será definido na próxima semanaManifestantes gritam 'Fora, Cunha' e 'Não Vai Ter Golpe' em evento da CUT em SP'Vão ter que me aturar um pouquinho mais', diz CunhaJustiça rejeita pedido de Cunha para extinguir investigação da Receita FederalRui Falcão definirá comportamento de petistas no processo contra CunhaRelator de processo contra presidente da Câmara será escolhido na próxima semana'Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte, vocês me derrubam', diz CunhaSete partidos já haviam representado contra Eduardo Cunha na Corregedoria, mas por esta via a iniciativa nascia morta já que caberia ao próprio peemedebista autorizar ou não o prosseguimento. “Agora caberá ao Conselho de Ética o exame da admissibilidade e a escolha de um relator.
“Agora o pedido vai tramitar e, pelo menos, ele (Cunha) vai ter que se explicar”, afirmou Alencar. O PSOL também encabeçou um tuitaço, fazendo com que a hastag #foracunha ficasse em primeiro lugar nos principais assuntos do twitter no Brasil e em sexto no mundo. “Mentira e cinismo não podem ser a regra de nosso jogo democrático. Cunha não nos representa”, disse Chico Alencar em um dos posts.
No final da tarde dessa terça-feira (13), o ex-vice-líder do PT e novo líder da Rede Sustentabilidade na Câmara, o deputado Alessandro Molon, foi à tribuna cobrar o afastamento do presidente Eduardo Cunha para responder ao processo no Conselho de Ética. Além dele, Chico Alencar e o deputado Glauber Braga (PSOL/RJ) também cobraram o afastamento do peemedebista, que presidiu a sessão plenária, sem transparecer constrangimento. Em entrevista, Cunha reagiu com ironia ao ser abordado sobre os pedidos para sair da presidência da Câmara: “Acho que vão ter de me aturar um pouquinho mais”
CONTAS INVESTIGADAS A situação do presidente da Câmara se complicou com a revelação de uma investigação do Ministério Público da Suíça, que mostrou que o peemedebista movimentou R$ 23,2 milhões em contas naquele país não declaradas à Receita Federal brasileira. Foram atribuídas a ele e à mulher dele, Cláudia Cordeiro Cruz, quatro contas bancárias. Em uma delas foram bloqueados R$ 7,4 milhões em abril.
De acordo com a investigação, os recursos chegaram a circular por 23 contas no exterior para ocultar a origem do dinheiro. Segundo as autoridades da Suíça, um negócio da Petrobras de US$ 34,5 milhões fechado em 2011 no Benin, África, teria servido para abastecer as quatro contas. O dossiê do MP suíço entregue à Procuradoria-geral da República do Brasil mostra que o dinheiro de uma das contas secretas pagou para a mulher de Eduardo Cunha até uma academia de tênis famosa nos Estados Unidos.
Cunha entrou na lista de investigados na Operação Lava-Jato em julho, quando o delator Júlio Camargo, ex-consultor da Toyo Setal, disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro que o presidente da Câmara pediu US$ 5 milhões em propina na negociação de um contrato de navios-sondas da Petrobras. O lobista Fernando Soares, Fernando Baiano, confirmou em um dos depoimentos o repasse feito a Cunha. O presidente da Câmara tentou suspender no STF a ação penal em que foi citado mas o plenário negou o pedido.
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