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Estado de Minas

Petrobras bloqueou 32 empresas devido às investigações da Lava Jato, diz Bendine

Aldemir Bendine disse que a estatal é vítima do escândalo de corrupção


postado em 14/10/2015 17:19 / atualizado em 14/10/2015 18:36

Aldemir Bendine foi ouvido nesta tarde pelos parlamentares(foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)
Aldemir Bendine foi ouvido nesta tarde pelos parlamentares (foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)
O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI na Câmara dos Deputados, que 32 empresas foram bloqueadas cautelarmente no trabalho com a companhia devido às investigações da Operação Lava-Jato. Por isso, acrescentou, a Petrobras está revendo a situação cadastral de todos os seus fornecedores.

"Vamos submeter 12 mil empresas a um novo modelo de relação com fornecedores, que pressupõe avaliação de idoneidade. Cerca de 2 mil fornecedores já passaram por esse processo de integridade desde agosto", relatou.


Segundo ele, os processo adotados pela companhia permitirão à Petrobras ter uma transparência maior junto a seus funcionários e à sociedade. "Qualquer denúncia será investigada, e se comprovada será punida", prometeu. "Todo e qualquer achado sobre esse tema são repassados para autoridades para que possam apurar qualquer tipo de mal feito ali encontrado", completou.

Bendine frisou que a Petrobras é vítima do escândalo de corrupção. "A empresa ainda é o principal player de um ciclo virtuoso da economia brasileira. Apesar dos problemas, a Petrobras ainda mantém um nível significativo de investimentos, mesmo que muito menor que o de anos anteriores. Este ano os investimentos devem ficar entre US$ 25 bilhões e US$ 27 bilhões, quase R$ 100 bilhões", afirmou.

Desinvestimento

O presidente da Petrobras destacou também que o desinvestimento da companhia faz parte de um ciclo do mercado mundial de petróleo, e não apenas da empresa. "Outras petrolíferas também têm feito isso. Lógico que temos que dosar isso com maior força por conta da dívida. A Petrobras reduziu em 30% os investimentos este ano, e a média de outras companhias do setor tem sido de 20%", afirmou ele à CPI.

Bendine citou que a Petrobras tem capacidade de produzir petróleo por 19 anos sem novas descobertas. "Isso coloca a Petrobras em uma das melhores posições no mundo. Podemos privilegiar a produção, mas sem abandonar a exploração, é claro", completou.

Ele se comprometeu a cumprir a nova meta de produção de 2,8 milhões de barris de petróleo por dia. A anterior era de 4 milhões de barris por dia. "A empresa não pode parar de investir. A indústria do petróleo tem um processo de redução da capacidade de produção de seus poços e, se cortássemos os investimentos a zero, a meta de 2,8 milhões de barris por dia cairia pela metade em cinco anos", explicou.

Prioridades

Bendine listou quatro pontos vitais para a recuperação da empresa e o enfrentamento dos desafios com o preço baixo do barril de petróleo e a dívida acima da meta. "Estamos priorizando os investimentos, com 82% do total, na área de produção e exploração de petróleo, que é a principal atividade da empresa", afirmou.

Em segundo lugar, ele disse que a Petrobras está trabalhando na redução de gastos operacionais. "A Petrobras tem que se adequar a um cenário mais realista, revendo todos os processos para reduzir custos. Nossa meta é reduzir custos gerenciáveis do plano de negócios em até US$ 12 bilhões nos próximos anos", completou.

O terceiro ponto citado por Bendine é redução da dívida e a garantia da financiabilidade da empresa. "As captações junto ao mercado financeiro permitiram melhoria na dívida, com prazos mais longos e juros mais baixos. Só o escalonamento de dívida deste ano, esses movimentos já feitos, garantiram uma economia de US$ 3,8 bilhões este ano", alegou.

Por fim, o presidente da Petrobras destacou medidas para a melhoria da gestão e da governança na empresa. "O modelo anterior não foi suficiente para se evitar essa situação de escândalo propomos então um modelo mais blindando, mais seguro, que privilegie decisões colegiadas e não pessoais. Atacamos um problema que está na raiz da Lava Jato, que eram decisões pessoais na empresa", avaliou.


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