O advogado da presidente Dilma Rousseff, Flávio Caetano, afirmou nesta quarta-feira que um novo pedido de impeachment por parte da oposição visa burlar a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) que, na terça-feira, liminarmente, impediu que processos de afastamento da presidente da República sigam o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"A ministra Rosa Weber foi categórica ao dizer que qualquer pedido baseado nesta esfera estão suspensos. Novos pedidos visam burlar essa decisão", disse.
Na terça, os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber acolheram dois mandados de segurança e uma reclamação apresentados por deputados da base governista questionando as regras criadas por Cunha para abrir o processo de impedimento de Dilma. As decisões provisórias do Supremo obrigaram a oposição a rever as estratégias montadas até então para abreviar o mandato da petista.
Agora, oposição está concentrada em elaborar um novo texto para o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff para evitar uma eventual barreira por parte do STF. O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), informou nesta quarta que o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), foi a São Paulo se reunir com os advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal para preparar o texto do novo pedido de impeachment que será apresentado nos próximos dias.
A ideia é incluir no requerimento a informação de que o governo praticou as chamadas "pedaladas fiscais" também este ano.
O objetivo é que o novo texto não seja interpretado como um aditivo ao pedido anterior, pois o mecanismo de incluir novas argumentações, que estava previsto no trâmite desenhado por Cunha, foi barrado pelo STF.
Para Caetano, que foi coordenador jurídico da campanha de Dilma, a oposição está "sem saída". "Como são a mesma parte e o mesmo texto com acréscimos, é claro que é um aditamento, o que está proibido. É uma forma de ofender a decisão do Supremo", disse o advogado.
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