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Estado de Minas

PSOL condena negociação para salvar Cunha e promete pressão na internet


postado em 15/10/2015 16:19

Brasília, 15 - Deputados do PSOL anunciaram nesta quinta-feira, 15, uma campanha nas redes sociais para pressionar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados a dar andamento ao processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os parlamentares rechaçaram as negociações para "salvar" os mandatos do peemedebista e da presidente Dilma Rousseff. "Condenamos qualquer acordo de salvação de quem quer que seja. Quem ajudar vai afundar junto", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

Os parlamentares vão divulgar os e-mails dos 21 membros titulares e suplentes do colegiado nas redes sociais. Também pretendem difundir o telefone da Ouvidoria da Casa (0800-619-619) para que a sociedade cobre uma ação efetiva do Conselho de Ética no processo que pode culminar com um eventual pedido de cassação do peemedebista.

"É inaceitável qualquer acordo de bastidor que ofenda uma representação legal. Repudiamos qualquer acordão", declarou o líder da bancada, Chico Alencar (RJ). A divulgação nas redes sociais também deve ser encampada pelos 54 parlamentares que assinaram o documento de apoio à representação.

O PSOL também condenou a tentativa de "enterrar" a CPI da Petrobras no momento em que as denúncias contra Cunha na Operação Lava Jato se intensificam. Um requerimento com o apoio de 14 deputados pedindo a prorrogação dos trabalhos da comissão já foi protocolado, mas ainda não foi votado em plenário. Sem a prorrogação da CPI, o relatório será votado e os trabalhos se encerram na próxima semana.

Alencar disse que é preciso atuar para evitar que "tudo vire uma pizza só, de sabor duvidoso e inescrupuloso para proteger interesses". "A luz do sol é o melhor desinfetante", defendeu Alencar.

Os deputados do PSOL também criticaram a informação de que o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), teria indicado um nome ao Executivo para o Iphan da Bahia. Outro ponto atacado pelos deputados é a indicação para a suplência do colegiado de dois peemedebistas próximos de Cunha: os deputados Carlos Marun (MS) e Manoel Júnior (PB). "Queremos limpar nossa representação de todo tipo de acordão e de conchavo", acrescentou Alencar.

Não faltaram críticas ao comportamento dos partidos de oposição na Casa. No final de semana, os oposicionistas divulgaram nota pedindo o afastamento de Cunha da presidência da Casa, mas nenhum deles se manifestou em plenário nesta semana pressionando-o a renunciar à função. "A nota foi uma farsa", concluiu o deputado Glauber Braga (RJ).

O vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE), negou "acordão". "Não existe nenhum tipo de acordo para operação de salvar A ou B", respondeu.


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