Um dos principais delatores da Lava-Jato, o lobista do PMDB Fernado Soares, o Fernando Baiano, afirmou que uma das noras do ex-presidente Lula foi beneficiada com dinheiro de corrupção. Em depoimento, o lobista disse que R$2 milhões, referentes a comissão de uma negociação com a Petrobras, foram repassados para a nora do petista.
Baiano disse que a quantia foi paga ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O valor seria para quitar a parcela de um imóvel. As informações são do Jornal Nacional. O delator afirmou ainda que entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, R$ 1,5 milhão em dinheiro.
Segundo o lobista, o dinheiro destinado à nora de Lula foi pago a José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Baiano revelou que era representante da OSX, empresa interessada em participar de licitação para construção de navios sonda. Para conseguir o contrato, o lobista disse que pediu ajuda ao pecuarista José Carlos Bumlai para que Lula entrasse na negociação. O pestista, ainda segundo Baiano, teria participado de duas reuniões para tentar beneficiar a OSX.
Baiano revela que, apesar de a negociação não ter ido adiante, Bumlai cobrou comissão no valor de R$ 3 milhões. O pecuarista teria dito que o valor seria destinado a uma das noras do ex-presidente Lula para quitar a parcela de um imóvel. O repasse de R$ 2 milhões, segundo Baiano, aconteceu por meio de contratos falsos de aluguel de equipamentos de uma empresa do pecuarista.
Em nota, o Instituto Lula rebateu as acusações. "O ex-presidente Lula nunca atuou como intermediário de empresas em contratos, antes, durante ou depois de seu governo. Jamais autorizou que o sr. José Carlos Bumlai ou qualquer pessoa utilizasse seu nome em qualquer espécie de lobby". O texto diz ainda que Lula tem quatro noras e nenhuma delas recebeu, direta ou indiretamente, qualquer quantia de Fernando Baiano.
Cunha
Sobre Eduardo Cunha, Baiano contou que o presidente da Câmara recebeu R$ 1,5 milhão como parte de suborno pela venda de dois navios-sonda da Samsung para a Petrobras. A acusação já havia sido feita anteriormente pelo operador Júlio Camargo, outro colaborador da Polícia Federal e do Ministério Público. De acordo com o novo delator, o valor foi pago em espécie a Cunha, no escritório dele.