Brasília, 16 - Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira, 16, pela assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), atacou a "estratégia ardilosa" da Procuradoria-Geral da República (PGR) de divulgar "maciçamente" detalhes de investigações contra ele e concluiu que há objetivo de "desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público".
Para Cunha, há interesse de desviar o foco do possível processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista voltou a negar que tenha recebido vantagem "de quem quer que seja" e concluiu que ação da PGR tem "objetivo maldoso" em desviar o interesse dos "reais responsáveis por malfeitos".
"Os seus advogados terão agora, finalmente, a oportunidade de conhecer os supostos dados e documentos alardeados pela mídia ao longo das duas últimas semanas, em uma tentativa de constranger e desgastar politicamente o presidente da Câmara.
Em sua avaliação, a PGR trata seu processo de forma diferente da ação contra os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação). "Provavelmente, essa forma busca dar um verniz de legalidade aos vazamentos ocorridos, preservando-os de possíveis consequências. Por exemplo: os inquéritos propostos contra os ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva foram, a pedido do PGR, com sigilo. Por que a diferença?", observa a mensagem.
O presidente da Câmara diz que o comportamento da PGR coloca em xeque "a respeitabilidade de um processo que deveria ser sério", ou seja, o processo de combate à corrupção. Reclamando de "ação persecutória" do Ministério Público, Cunha considera que não teve direito à ampla defesa até o momento no processo.
"Por várias vezes, desde o início desse processo, o presidente da Câmara tem alertado para a atuação política do PGR, que o escolheu para investigar, depois o escolheu para denunciar e, agora, o escolhe como alvo de vazamentos absurdos e ilegais, que impõem o constrangimento de ser incluído em tudo que se refere à apuração de responsabilidades nesse processo de corrupção na Petrobras, que tanto envergonha o Brasil e está muito distante dele. Parece que a única atribuição que resta ao PGR é acusar o presidente da Câmara", acrescenta a nota. Ao final, Cunha diz confiar que o STF "faça justiça" e anule a "perseguição" contra ele.