Jornal Estado de Minas

Seis pessoas prestam depoimento em delegacia depois de confusão em ato contra o governo

Seis pessoas foram encaminhadas para a 6ª Delegacia Regional da Polícia Civil para prestar depoimento depois de um tumulto em uma manifestação contra o PT em frente ao Palácio das Mangabeiras. Enquanto cerca de 20 pessoas protestavam contra a corrupção nos governos petistas, dois jovens tentaram incendiar o boneco gigante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que culminou no atrito entre os dois grupos.

Os dois chegaram ao local em uma moto e um deles carregava um balde de gasolina. Os jovens também usaram fogos de artifícios, para acertar o boneco (vídeo). Depois de agredida pelos manifestantes, a dupla acabou presa pela Polícia Militar (PM).

O ato começou de forma pacífica. Integrantes dos movimentos Brava Gente e Patriota se uniram na frente do palácio por volta das 11h. Com faixas de protesto e o boneco apelidado de Pixuleco (gíria usada para indicar a palavra propina), os grupos mostraram a insatisfação com a presidente Dilma Rousseff. “O nosso recado hoje é que nós não vamos recuar", disse Manoela Valente, do grupo Brava Gente, em resposta à nota do Partido dos Trabalhadores (PT) à imprensa informando que entrou com uma representação no Ministério Público, Polícia Federal e Polícia Civil contra os protestos. "Cada um tem uma forma de protestar, uns invadem terras, outros usam a violência, nós estamos aqui com muitas cores e com o Pixuleco", destacou.

Integrantes do Grupo Patriotas exibiam cartazes contra o governo.
Questionados sobre o protesto, os manifestantes pediam justiça. "Estamos aqui justamente pedindo justiça, não justiça feita por advogados do PT que se dizem ministro sem notoriedade", afirmou o aposentado Cipriano de Oliveira, de 60 anos. "O atual cenário político está acabando com a nossa dignidade. Todos os maus políticos têm que sair", disse a professora Rosa Oliveira, de 52 anos.

Os manifestantes já preparavam para ir embora quando dois jovens em uma moto chegaram ao local. A dupla parou em frente a um carro a aproximadamente 50 metros do boneco. O garoto que pilotava, desceu, olhou para os dois lados, retirou um objeto de dentro da bermuda e acendeu um fogo de artifício. O artefato não o atingiu o boneco.
Logo depois do ato, o motociclista acabou detido pelos manifestantes. Alguns chegaram a agredi-lo, mas logo foram contidos pelo restante dos manifestantes.

Militares que estavam no Palácio das Mangabeiras desceram rapidamente e conseguiram conter o jovem. O acompanhante dele, que estava com um balde com gasolina nas mãos, chegou a fugir, mas acabou detido minutos mais tarde. Aos policiais, os dois negaram que tenham tentado atingir o boneco com o fogo de artifício.

O ato foi repudiado pelos manifestantes. “Percebi a moto e vi que se tratava de algo estranho. Infelizmente é essa intolerância que vivemos no nosso país”, afirmou Maurício Vidal, do Brava Gente. “Foi um iminente ato de terrorismo com possibilidade de morte. Eles chegaram aqui com gasolina e sinalizador”, completou Cipriano.


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