São Paulo - O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Marcio Lacerda (PSB), também prefeito de Belo Horizonte, entrega nesta quinta-feira, 22, em audiência com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, carta da entidade defendendo a retomada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), desde que o novo imposto seja investido exclusivamente na saúde e seja partilhado em alíquotas proporcionais aos gastos no setor por cada ente federado, União, Estados e municípios.
Na avaliação da FNP, se o Congresso aprovar uma alíquota de 0,38% em vez dos 0,20% inicialmente proposta, os municípios podem arrecadar até R$ 19,2 bilhões para investir em saúde. Quanto à divisão, a entidade sugere a destinação para todos os municípios brasileiros de R$ 10 mil mensais por equipe do Programa de Saúde da Família (PSF) implantada, destacando que esse valor aproximado é o déficit mensal que os municípios têm com a manutenção desse pessoal. "Seriam necessários cerca de R$ 4,8 bilhões para equilibrar as despesas desse serviço público essencial e poupador de recursos para os atendimentos mais complexos, e onerosos", diz o texto. Os recursos restantes, R$ 14,4 bilhões, seriam partilhados na proporção direta da população SUS dependente de cada município brasileiro.
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Outra medida defendida pela entidade é a revisão dos critérios de partilha do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "Os conceitos de distribuição em vigor, fundamentados na população dos municípios, foram estabelecidos na década de 60 e estão flagrantemente superados pelo desenvolvimento urbano desordenado e acelerado das últimas décadas", diz o texto.