O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim afirmou nesta segunda-feira que a crise brasileira não é institucional, mas sim política e econômica. "E não é uma crise insolúvel. Estamos vivendo uma disfuncionalidade do Poder Executivo, que leva a uma inação, uma paralisia do Congresso, decorrente de situações criminalizadas e do desaparecimento de lideranças, e também uma disfuncionalidade do Poder Judiciário", disse, em evento na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), no centro da capital paulista.
Para citar como exemplo da falta de eficiência da política brasileira, Jobim recorreu à discussão sobre o financiamento privado de campanha, que, segundo ele, só aborda o lado da receita, ignorando as despesas dos candidatos. "Imagine um candidato a deputado federal que, a 15 dias do dia da eleição, fica sem dinheiro. Ele tem duas opções: ou ele para a campanha ou ele dá um jeito. Parar a campanha? Esqueça!", disse.
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Ministra do STF diz que a palavra 'crise' está desmoralizadaPressionada, Dilma volta a se reunir com ministros para discutir crise Crise no governo causa bate-boca entre deputados na CâmaraPF indicia primo de ex-ministro Nelson Jobim na Lava-JatoApesar da crítica aos parlamentares, Jobim declarou que o Congresso de hoje é mais representativo do que em 1986 ou em 1987, quando ele era deputado federal. "O Congresso de 1986 era mais elitista.
"Essa maior representatividade, no entanto, contribui para a disfuncionalidade do Congresso, que tem mais dificuldade de achar um consenso", acrescentou Jobim, deixando claro em seguida que isso não é necessariamente algo negativo, mas reflexo de uma sociedade plural..