Membro titular da CPI da Petrobras, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) anunciou que pedirá vistas nesta segunda-feira, após a leitura do relatório final dos trabalhos da comissão. Inconformado com o parecer do relator Luiz Sérgio (PT-RJ), que não pedirá o indiciamento de nenhum envolvido, Valente disse que vai propor até quarta-feira, em voto separado, o indiciamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Não indiciar culpados é transformar a CPI em pizza", afirmou. Entre as pessoas que o deputado pedirá o indiciamento no relatório paralelo, está o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Arthur Lira (PP-AL), e o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI). Assim como outros membros da comissão, Valente disse que vai atuar para que a comissão prorrogue seus trabalhos até março de 2016. A prorrogação, no entanto, depende do apoio dos líderes partidários e de votação em plenário.
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CPI da Petrobras termina sem pedir indiciamentosCPI da Petrobras termina na semana que vem sem ouvir Cunha sobre contas na SuíçaPPS quer ouvir Lulinha na CPI da PetrobrasRelatório paralelo do PSOL na CPI da Petrobras pedirá indiciamento de CunhaCPI da Petrobras retoma discussão sobre parecer final nesta tardeValente também criticou o "escárnio" da contratação da Kroll, empresa de espionagem internacional, que não contribuiu com o aprofundamento das investigações. A primeira fase dos trabalhos da consultoria custou à Câmara mais de R$ 1 milhão.
Conselho
O parlamentar afirmou que a Câmara não pode ter sua imagem ainda mais desgastada com a permanência de Cunha no comando e pediu pressa no processo por quebra de decoro contra o peemedebista no Conselho de Ética. Valente acredita que a situação de Cunha é "insustentável". "As provas são muito contundentes", concluiu.
O PSOL prepara um aditamento do requerimento contra Cunha no Conselho de Ética incluindo a documentação divulgada na semana passada atribuindo ao peemedebista contas na Suíça. Nesse sentido, a bancada vai solicitar que a Mesa Diretora e a Corregedoria da Câmara se posicionem sobre a situação dele. O partido também organiza uma "desomenagem" ao presidente da Casa para fazer um contraponto à homenagem que será feita a ele pela bancada de seu partido na condição de ex-líder da legenda na Câmara..