Jornal Estado de Minas

Cunha descarta pedir licença do cargo durante investigação

Brasília, 20 - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira, que não cogita pedir licença do cargo em razão das investigações que apontam que ele possui contas bancárias secretas na Suíça, pelas quais teria recebido propina. "Não existe essa figura", afirmou o peemedebista, ao ser questionado se pretende se afastar do cargo durante as investigações.

O presidente da Câmara também negou que esteja manobrando para atrapalhar os trabalhos do Conselho de Ética, no qual o PSOL e a Rede protocolaram pedido de investigação contra o peemedebista por quebra de decoro parlamentar. "Desconheço (manobra). Não tem ato meu nesse sentido, até porque não praticaria qualquer ato", afirmou Cunha.



O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), anunciou hoje que pedirá explicações à Mesa Diretora da Câmara sobre a mudança dos prazos para que o colegiado devolva o processo que pede investigação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. Ele disse estranhar a notícia de que o prazo para devolução do processo é de três sessões ordinárias - e não qualquer tipo de sessão.

"Estranhei quando recebi a notícia. Estava contando que a resolução também valia para o Conselho de Ética", afirmou Araújo. Ele se referia à resolução 7 da Mesa Diretora, que estabelece que qualquer tipo de sessão, seja ela ordinária ou extraordinária, vale na contagem de prazos. Por interpretação da Mesa, o prazo para devolver o processo acabará na próxima quinta-feira, quando a terceira sessão ordinária desde que o pedido foi entregue deve ser realizada.

Oposição

O presidente da Câmara evitou comentar a mudança de tom da oposição, que deve passar a cobrar mais enfaticamente a saída do peemedebista do cargo durante as investigações.
"(Não penso) Nada. Cada um pode ter o posicionamento que quiser, é um direito deles. Minha posição é a mesma. Com qualquer que seja o posicionamento, não vou alterar meu comportamento", afirmou. Ele disse não se sentir atualmente apoiado nem pela oposição, nem pelo governo..