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Estado de Minas

Corrupção provoca bate-boca entre Cunha e Dilma

Em viagem à Europa, presidente da República troca farpas pela imprensa com o deputado do PMDB sobre as denúncias de irregularidades envolvendo petistas, aliados e o parlamentar


postado em 21/10/2015 06:00 / atualizado em 21/10/2015 07:34


Que a relação entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ),  nunca foi das melhores, todo mundo já sabe, mas nesta semana, a troca de “amabilidades” entre os dois foi pública e atravessou continentes. Alvos dos parlamentares e, se depender dos colegas, com os mandatos em risco, Dilma e Cunha usaram da ironia e dos microfones dos repórteres para lavar roupa suja, atacando e se defendendo mutuamente. Tudo começou no domingo, quando Dilma comentou a situação do desafeto Eduardo Cunha. Questionada em Estocolmo, na Suécia, se o caso das contas secretas do peemedebista na Suíça seriam um constrangimento para o Brasil, a petista afirmou que seria estranho se causasse e emendou: “Lamento que seja um brasileiro, se é isso que você quer saber”. Dilma foi questionada mais uma vez se a situação era ruim para o país e disse considerar a pergunta capciosa.

Cunha não gostou nada da fala, que ganhou destaque nos noticiários, e rebateu no dia seguinte, quando que entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para dar seguimento aos processos que pedem o impeachment da petista. “Lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”, afirmou, se referindo à Operação Lava-Jato, que investiga um grande esquema de pagamento de propinas na Petrobras.

Cunha, porém, foi apontado como um dos recebedores de propinas da estatal e está no centro dos holofotes por causa da revelação de uma investigação do Ministério Público da Suíça sobre suas contas naquele país não declaradas à Receita brasileira. Fazendo referência ao fato, Dilma rebateu ontem o presidente da Câmara, dizendo que seu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. “Não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”, devolveu.

PÉROLA A afirmação da petista causou revolta entre seus oposicionistas, que fizeram questão de lembrar o escândalo da Petrobras, que teria desviado R$ 21 bilhões dos cofres públicos do país. O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Antonio Imbassahy (PSDB/BA) disse que a presidente teria se envergonhado ao responder sobre os pedidos de impeachment contra ela e “soltou a pérola do dia”. “A prática permite à presidente a proeza de mentir sem nem ficar vermelha. Não há fuso horário do mundo que faça alguém se esquecer do petrolão, o maior escândalo da história do Brasil”, afirmou.

Dilma é alvejada por oposicionistas e tem contra si até então 17 pedidos de impeachment. Os opositores usam as pedaladas fiscais apontadas pelo Tribunal de Contas da União – que consistem na antecipação de receitas para pagar programas do governo – para pedir o afastamento da presidente. Até o STF conceder três liminares paralisando a tramitação das representações, estava nas mãos de Cunha dar o aval para a abertura dos processos contra a petista. Eduardo Cunha, por sua vez, foi surpreendido com a divulgação de passaportes dele, da mulher e da filha essa semana, que comprovariam a existência das contas não declaradas na Suíça. De acordo com a investigação, ele teria movimentado R$ 23,2 milhões na Suíça em quatro contas bancárias. Segundo as autoridades da Suíça, um negócio da Petrobras de US$ 34,5 milhões fechado em 2011 em Benin, na África, teria servido para abastecer as contas. O dossiê do MP suíço entregue à Procuradoria-Geral da República do Brasil mostra que o dinheiro de uma das contas secretas pagou para a mulher de Eduardo Cunha até uma academia de tênis famosa nos Estados Unidos.

 


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