Rio - Ex-presidente da Petrobras, citado em investigações sobre desvios na estatal, José Sérgio Gabrielli afirmou nessa terça-feira. 20, que os recursos relacionados a corrupção são "muito pequenos" diante do tamanho da companhia.
Em entrevista a blogs e sindicalistas, o executivo classificou a CPI da Petrobras como um "espetáculo onde a pergunta é mais importante que a resposta" e afirmou que a Operação Lava Jato provoca um "pequeno problema de reputação" para a empresa. Para Gabrielli, a paralisia na empresa, em função da queda na cotação internacional de petróleo, "pode ser a diferença entre (o PIB) crescer e não crescer".
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"Os procedimentos internos da companhia foram seguidos, e o processo de corrupção ocorreu na relação deles (ex-funcionários) com fornecedores externos. Era impossível que a estrutura normal da companhia percebesse esses problemas.
A entrevista foi concedida aos jornalistas Altamiro Borges, Paulo Salvador e Eduardo Guimarães, no programa Contraponto, do Sindicato dos Bancários, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Sem ser citado no relatório final da CPI da Petrobras, na Câmara, Gabrielli avaliou que a comissão não investigou com detalhes os contratos da estatal e se tornou um "espetáculo onde a pergunta é mais importante que a resposta".
O ex-presidente da Petrobras também avaliou que a Operação Lava Jato causa um "pequeno problema de reputação" à estatal. "Pequeno é uma condescendência", retificou Gabrielli. "Lava Jato cria um grande problema reputacional que, associado a problema financeiro de curto prazo, cria problema de imagem de curto prazo. Mas não se pode destruir o valor de longo prazo e o potencial extraordinário para a companhia e para o Brasil".
Sobre a refinaria de Pasadena, Gabrielli voltou a defender a compra da mesma, considerada um "excelente negócio" em 2006, ano de sua polêmica aquisição. Para o ex-presidente, a refinaria tem "situação favorável e margens razoáveis" devido à localização e enfrenta ciclos típicos de uma refinaria. A compra é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou um prejuízo de mais de US$ 700 milhões com a compra.