O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou nesta quarta-feira o governo federal por só estar tentando corrigir as chamadas 'pedalas fiscais' no segundo semestre deste ano. Em entrevista coletiva, marcada por protestos pedindo sua renúncia, o peemedebista afirmou que o Executivo já deveria ter corrigido o problema desde o ano passado. "As contas não podem ser mascaradas, têm que ser transparentes", afirmou, reconhecendo que, embora tardia, a correção é uma ação correta.
Com a certeza de que vai perder em novo julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU), o governo prepara uma operação financeira para fazer um acerto de contas entre o Tesouro Nacional e o BNDES. O objetivo é pagar as despesas com subsídios do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, que oferece crédito mais barato para as empresas. Essas despesas atualizadas somam cerca de R$ 24 bilhões e devem ser pagas pelo Tesouro ao BNDES.
Cenário econômico
Na entrevista, Cunha voltou a afirmar também que acha "pouco provável" que as contas da presidente Dilma Rousseff de 2014 sejam votadas ainda este ano pelo Congresso. Atualmente, elas estão no Senado Federal, que iniciou ontem formalmente a análise do processo do TCU que recomenda a reprovação das contas do ano passado da petista. Após ser lida no plenário, a matéria segue para a Comissão de Orçamento, onde um relator ainda deverá ser escolhido.