O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo de protestos nesta quarta-feira, no Salão Verde da Casa. Enquanto concedida entrevista coletiva, parlamentares e cidadãos entoaram gritos pedindo sua saída do cargo. Pouco antes da entrevista, parlamentares do PSOL, PSB, PT e PMDB também realizaram ato "em defesa da ética política", em contraponto à homenagem recebida por Cunha, que, em cerimônia nesta tarde, teve sua foto afixada na galeria de ex-líderes do PMDB.
A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) chegou a interromper a entrevista para questionar: "Quando o senhor vai renunciar?". Cunha é suspeito de ter contas secretas na Suíça, por meio das quais teria recebido propina, e patrimônio não declarado no exterior de cerca de R$ 61 milhões. Clarissa é filha do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), em cuja gestão Cunha foi presidente da Companhia Estadual de Habitação (Cehab). Depois da parceria, ambos romperam.
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Quase 30% dos deputados que vão julgar Cunha estão sob suspeitaCunha descarta pedir licença do cargo durante investigaçãoEstratégia de pressionar empresas por propina partiu de Cunha, diz delatorGoverno já deveria ter quitado contas de 'pedaladas' no ano passado, diz CunhaAos jornalistas, a deputada relatou que vem sofrendo perseguição por parte do presidente da Câmara. Segundo a parlamentar, há mais de um mês ela está inscrita para usar a tribuna da Casa durante a Ordem do Dia, mas Cunha tem manobrado para não deixá-la falar. Clarissa foi a única deputada do PR até o momento a assinar lista pedindo a investigação do peemedebista no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
Questionado durante a entrevista coletiva, o presidente da Câmara minimizou a manifestação de Clarissa Garotinho. "Foi uma parlamentar. A Casa tem 513", afirmou o peemedebista a jornalistas. Cunha também minimizou protesto organizado pelo PSOL do qual participaram os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Erica Kokay (PT-DF) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). "Essa é uma casa democrática. Todos têm o direito de se manifestar", disse o presidente..