O único trecho com obras em andamento na BR-381, entre o município de Nova União e o trevo de Itabira, sofrerá corte de um terço das verbas previstas para a duplicação. A redução de repasses coloca em risco parte das obras que já foram concluídas – como terraplanagens e aterramentos – pois podem ser perdidas durante o período chuvoso. O consórcio Brasil, responsável pelo trecho, já reduziu o número de operários e admite paralisar os trabalhos nos próximos meses caso o orçamento do governo federal não seja cumprido. Até agora foram concluídos cerca de 20% das obras no trecho. Do total de 11 lotes da obra, oito estão paralisados.
“Existe uma grande preocupação com o andamento no lote 7 da duplicação (entre Nova União e Itabira). Recebemos a péssima notícia de que o orçamento foi reduzido em um terço e isso vai obrigar as construtoras a reduzir e paralisar algumas ações na via. A preocupação é ainda maior porque em alguns lugares as obras de terraplanagem já estão prontas, mas falta vir o asfalto. Se começarem as chuvas, vamos ter desperdício do dinheiro público”, lamentou Luciano José de Araújo, presidente da Fiemg no Vale do Aço e um dos coordenadores do movimento Nova 381.
Na reunião com os representantes do Dnit, o grupo cobrou também uma definição do órgão sobre o lote 3.1, entre Nova Era e Jaguaraçu, que faz a ligação com túneis já finalizados. “Outro grande alerta está relacionado às ligações com os túneis. O primeiro foi entregue em maio e outro será concluído agora em outubro. Mas sem os acessos eles ficam completamente inutilizáveis. Demonstramos nossa preocupação ao Dnit com esse prejuízo aos cofres públicos. Já não estamos mais cobrando o restante da obra, que praticamente não está saindo do papel. A intenção agora é evitar perda no que começou a ser feito”, explica Luciano Araújo.
Os deputados que estiveram com o superintendente do Dnit se mobilizam agora para pedir ao governador Fernando Pimentel (PT) que consiga intermediar uma negociação com a presidente Dilma Rousseff (PT) para a liberação das verbas da duplicação. “A reunião foi deprimente e o que mais ouvimos é que a obra de duplicação não tem perspectiva alguma. O superintendente informou que está aguardando, mas que o órgão não tem verba para executar a obra”, afirmou o deputado João Vitor Xavier (PSDB).
Ontem, o deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), da Comissão de Transporte da Assembleia de Minas, se encontrou em Brasília com o diretor-geral do Dnit, Walter Casimiro, e ouviu dele que a situação do órgão é complicada. “O diretor disse que o Dnit tem um déficit de R$ 3,8 bilhões. Corremos o risco de uma paralisação geral”.